O aumento das tarifas de energia elétrica tem pesado no orçamento das famílias brasileiras. No entanto, muitos consumidores não compreendem totalmente os valores cobrados na conta de luz.

Um estudo da Bulbe Energia mostrou que 8 em cada 10 brasileiros leem a fatura mensalmente, mas metade tem dificuldades para entender a cobrança. Mesmo com a tentativa de interpretar as informações, muitos não conseguem identificar o que impacta o valor final.

Principais dúvidas sobre a conta de luz

A pesquisa apontou que 48% dos consumidores não entendem a relação entre consumo e valor cobrado.

Esse cálculo envolve a Tarifa de Energia (TE), que mede o consumo em quilowatt-hora (kWh), e a Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD), que cobre o transporte da eletricidade até os consumidores.

Outro ponto de dúvida para 41% dos entrevistados é a bandeira tarifária. Essa taxa, definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), é acionada quando há custos adicionais na geração de energia. Ela pode ser influenciada por fatores como falta de chuvas e demanda elevada.

Além disso, 40% dos consumidores relatam dificuldades para entender impostos e taxas adicionais, como ICMS, PIS, COFINS e a Contribuição de Iluminação Pública (CIP). Esses tributos variam de estado para estado, tornando a leitura da fatura ainda mais complexa.

Diferenças regionais nas tarifas de energia

O custo da energia elétrica no Brasil não é uniforme. Segundo André Mendonça, Diretor de Operações da Bulbe Energia, as tarifas variam entre os estados devido a fatores como custos de geração e distribuição.

“O Pará, por exemplo, registrou a tarifa mais alta do país, enquanto estados como Santa Catarina apresentam valores mais baixos”, explica Mendonça. Essas diferenças regionais dificultam a comparação entre faturas e aumentam a confusão entre os consumidores.

Como os brasileiros acompanham os gastos com energia?

A maioria dos consumidores monitora seus gastos apenas comparando a conta atual com as faturas anteriores. No entanto, poucos utilizam ferramentas mais detalhadas para acompanhar o consumo.

A pesquisa revelou que:

• Apenas 6% acompanham explicações sobre a conta de luz em TV, rádio ou redes sociais;
• Cerca de 10% consultam gráficos nos sites das concessionárias;
• Apenas 5,6% utilizam aplicativos para monitorar o consumo em tempo real;
• Apenas 1,6% buscam informações diretamente com as concessionárias de energia.

Com isso, apenas 24% dos brasileiros buscam esclarecimentos sobre os valores cobrados na fatura. Esse cenário reforça a necessidade de formatos mais claros para a conta de luz, com maior transparência sobre tarifas e impostos.

A importância da conscientização sobre o consumo de energia

Para Mendonça, ampliar o acesso à informação é essencial para que os consumidores compreendam melhor os custos da energia elétrica.

“A pesquisa mostra uma grande lacuna entre as informações técnicas da conta de luz e a capacidade do consumidor de interpretá-las”, destaca.

Segundo ele, tornar os detalhes da fatura mais acessíveis pode ajudar os consumidores a usarem a energia de forma mais eficiente, reduzindo gastos e identificando possíveis cobranças indevidas.