Analisar os custos da concorrência é um caminho para entender melhor o mercado e tomar decisões mais precisas. Segundo a FIPECAFI, essa estratégia permite otimizar despesas, aumentar a margem de lucro e identificar oportunidades de crescimento.
O método Competitor-Focused Accounting (CFA), destacado por Welington Rocha, diretor-presidente da FIPECAFI, propõe uma avaliação contínua dos custos dos concorrentes. Esse processo envolve pesquisa e coleta de informações quantitativas e qualitativas sobre operações, fornecedores e estrutura financeira de outras empresas.
Por que a análise de custos da concorrência é relevante
O Brasil ocupa a 62ª posição entre 67 países no Ranking Mundial de Competitividade IMD, segundo a Fundação Dom Cabral. Esse desempenho reforça a necessidade de empresas adotarem estratégias para se manterem competitivas.
O Boletim Mapa de Empresas do Governo Federal mostrou que, no primeiro quadrimestre de 2024, foram abertas 1.456.958 empresas, um aumento de 26,5% em relação ao quadrimestre anterior. No mesmo período, 854.150 negócios encerraram as atividades, um crescimento de 24,4%. Esses números evidenciam a necessidade de gestão eficiente para garantir a sustentabilidade financeira.
Etapas para mapear custos dos concorrentes
A análise de custos da concorrência deve ser feita de maneira contínua. Entre as principais etapas desse processo estão:
- Identificar quais concorrentes serão analisados;
- Definir quais dados e informações serão coletados;
- Determinar as fontes de pesquisa e os métodos de coleta;
- Realizar a classificação e análise dos dados obtidos.
Os dados podem incluir informações sobre capacidade de produção, níveis hierárquicos, diversidade de produtos, fornecedores, clientes e máquinas. Também são relevantes os investimentos em marketing, programas de qualidade, treinamento, custos de produção e a composição do capital.
Fontes de informação sobre os concorrentes
Para implementar um sistema de inteligência competitiva, a FIPECAFI recomenda que as empresas utilizem fontes de dados internas e externas. Algumas delas incluem:
- Equipe de vendas, atendimento ao cliente e operadores de distribuição;
- Publicidade, compras e pesquisa e desenvolvimento;
- Agências de crédito, órgãos governamentais e bases de dados eletrônicas;
- Feiras setoriais, associações e relatórios anuais;
- Demonstrações financeiras de concorrentes, quando disponíveis.
Exemplos de estimativas de custos dos concorrentes
Os cálculos para estimar custos podem ser feitos com base em dados disponíveis. Um exemplo prático é a projeção dos custos variáveis e fixos.
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Estimativa de custos variáveis:
- Se uma empresa teve vendas de $1.000 e custos de produção de $820, pode-se estimar que 60% das vendas representam custos variáveis.
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Estimativa de custos fixos:
- Custos fixos = Custo total – custos variáveis.
- No exemplo acima: $820 – ($1.000 x 60%) = $120.
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Estimativa do ponto de equilíbrio:
- Ponto de equilíbrio = custos fixos / margem de contribuição.
- Margem de contribuição % = (Vendas – custos variáveis) / Vendas.
- $120 / 0,4 = $300.
- Ou seja, a empresa precisa faturar $300 para cobrir os custos.
A análise de custos dos concorrentes permite identificar padrões de eficiência e ajustar estratégias de precificação e produção. Segundo Rocha, essa prática ajuda empresas a entenderem sua posição no mercado e aprimorarem suas estratégias financeiras.
Fonte ==> Casa Branca