10 de junho de 2025

Trump confronta presidente da África do Sul

Trump confronta presidente da África do Sul

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confrontou o mandatário da África do Sul, Cyril Ramaphosa, durante a visita deste à Casa Branca nesta quarta-feira (21).

Segundo informações da CNN, o americano cobrou o presidente sul-africano sobre o que chamou de “genocídio branco” no país – ou seja, perseguição e violência contra brancos.

“Temos milhares de reportagens falando sobre isso. Temos documentários, temos notícias”, disse Trump, que em seguida mostrou um vídeo.

As imagens mostram discursos e entrevistas de Julius Malema, líder do partido de esquerda sul-africano EFF, com frases como “A revolução exige que em algum momento haja mortes!”, e um comício em que o ex-presidente Jacob Zuma (2009 –2018), que já fez parte do partido de Ramaphosa, canta uma canção com os versos: “Você é um boer [termo que designa os fazendeiros brancos na África do Sul], nós vamos atirar neles e vocês vão fugir/atire no boer”.

O vídeo também inclui imagens de uma estrada com várias cruzes no acostamento, com a mensagem “Cada cruz representa um fazendeiro branco que foi morto na África do Sul”, mas não informa a localização da rodovia.

Em resposta, Ramaphosa perguntou a Trump onde as imagens foram feitas, e o presidente americano afirmou que “foi na África do Sul”. Trump também mostrou papéis que, segundo ele, seriam reportagens falando do “genocídio branco”.

O empresário Elon Musk, que nasceu na África do Sul e alega que há perseguição a brancos no país, estava no Salão Oval e Trump se referiu a ele.

“Elon é da África do Sul. Não quero envolver o Elon nisso. É tudo o que devo fazer, colocá-lo em outro assunto. Mas, por acaso, o Elon é da África do Sul. Era isso que o Elon queria [falar de outro assunto], ele veio aqui com um assunto diferente, [sobre] enviar foguetes para Marte”, disse Trump.

Na semana passada, um grupo de 49 sul-africanos brancos chegou aos Estados Unidos, o primeiro grupo de cidadãos da África do Sul beneficiados por um programa do governo Trump de concessão de refúgio.

Ao anunciar a criação do programa em fevereiro, Trump descreveu os beneficiários como “refugiados africâneres [termo que designa a minoria branca na África do Sul] escapando da discriminação racial patrocinada pelo governo, incluindo confisco de propriedade racialmente discriminatório […] sem compensação”. Trump também cortou a ajuda financeira ao país africano.

Uma lei promulgada no início do ano por Ramaphosa permite a desapropriação de terras sem indenização em determinadas circunstâncias, como casos em que uma propriedade não está sendo utilizada e não há intenção de desenvolvê-la ou gerar lucros com ela.

O governo da África do Sul negou discriminação racial e alegou que a lei é necessária para promover o “acesso à terra de forma equitativa e justa”: segundo dados publicados pela agência Reuters, apenas 4% das terras privadas no país pertencem a negros, que representam quase 80% da população sul-africana.

Nesta quarta-feira, Ramaphosa defendeu a nova lei no encontro com Trump. “Nossa Constituição garante e protege a santidade da posse da terra, e essa Constituição protege todos os sul-africanos no que diz respeito à propriedade da terra”, disse o presidente sul-africano.

“Seu governo também tem o direito de desapropriar terras para uso público”, continuou Ramaphosa.

Trump respondeu que o governo da África do Sul está “tirando as terras das pessoas” e alegou que fazendeiros brancos “estão sendo executados”.



Fonte ==> Gazeta do Povo e Notícias ao Minuto

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