22 de agosto de 2025

Desenvolvimento regional e sustentabilidade: os caminhos para integrar zonas rurais ao crescimento econômico do Brasil

O Brasil convive com uma das maiores disparidades regionais do mundo: enquanto algumas capitais concentram investimentos e infraestrutura, grande parte das zonas rurais segue à margem do crescimento econômico.

A integração desses territórios ao desenvolvimento nacional tornou-se um dos principais desafios estratégicos do país, exigindo políticas públicas que unam sustentabilidade, planejamento urbano e geração de oportunidades.

A carência de estradas, saneamento, acesso à água e gestão adequada de resíduos não afeta apenas a qualidade de vida das populações locais, mas também compromete a competitividade econômica do Brasil.

“Cada comunidade rural isolada representa um potencial não aproveitado. Infraestrutura sustentável não é apenas uma demanda social, é também uma estratégia de negócios e de fortalecimento regional”, avalia o engenheiro civil e ambiental Stuart Castro Farias Lima, deputado estadual no Ceará e especialista em projetos de desenvolvimento regional.

Engenheiro civil e ambiental Stuart Castro Farias Lima

Nos últimos anos, iniciativas implementadas em municípios cearenses chamam a atenção como exemplos de boas práticas. Em Catarina, a construção de açudes comunitários ampliou o acesso à água para pequenos agricultores. Em São Miguel, a readequação de um centro de resíduos sólidos em 2020 se tornou referência em gestão ambiental municipal. Já em Riacho da Cruz, a pavimentação de estradas rurais em 2022 reduziu o isolamento e facilitou a integração de pequenos produtores aos centros urbanos.

Para Stuart, a lógica que deve nortear o planejamento nacional é clara: “Não se trata de pensar apenas em obras, mas em políticas de desenvolvimento. Estradas conectam mercados, açudes garantem segurança hídrica, centros de reciclagem promovem economia circular. São pilares que, juntos, fortalecem a competitividade dos municípios e, por consequência, do Brasil.”

No Congresso e nas assembleias legislativas, a pauta vem ganhando força. A criação de comissões voltadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento regional reflete a crescente percepção de que a sustentabilidade não é apenas um tema ambiental, mas um eixo central de políticas públicas. Na Assembleia Legislativa do Ceará, Stuart atuou como presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e hoje exerce a vice-presidência da Comissão de Meio Ambiente, reforçando o debate sobre integração rural e urbana como fator estratégico.

A experiência cearense demonstra que soluções locais podem servir de modelo nacional. Ao participar como palestrante no Pan American Freedom Forum, nos Estados Unidos, Stuart destacou que o Brasil precisa transformar a sustentabilidade em ativo competitivo global. “Se quisermos ser referência internacional, precisamos enxergar o desenvolvimento regional como prioridade. Não há futuro competitivo para o Brasil se mantivermos regiões inteiras fora do processo produtivo”, afirmou.

À medida que o país discute reformas estruturais e busca atrair investimentos, o olhar para o interior ganha protagonismo. A integração sustentável das zonas rurais ao crescimento nacional não é apenas uma questão de justiça social: é um imperativo econômico que pode definir o futuro do Brasil no cenário global.

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