O presidente Lula (PT) convidou o Papa Leão XIV para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada entre 10 e 21 de novembro em Belém, no Pará. No entanto, devido ao Jubileu, uma comemoração da Igreja Católica celebrada a cada 25 anos, o Papa não poderá participar do evento, mas enviará um representante do Vaticano.

Lula fez o convite durante a sua visita ao pontífice nesta segunda-feira (13) ao lado da primeira-dama Janja da Silva. “Convidei-o a vir à COP30, considerando a importância histórica de realizarmos uma Conferência do Clima pela primeira vez no coração da Amazônia. Por conta do Jubileu, o Papa nos disse que não poderá participar, mas garantiu representação do Vaticano em Belém”, escreveu o chefe de Estado em seu perfil no X.

O petista desembarcou em Roma um dia antes para participar do Fórum Mundial da Alimentação 2025, o principal evento anual da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que celebra 80 anos de criação neste ano. A participação de Lula ocorre meses após o Brasil sair do Mapa da Fome, de acordo com o relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo (SOFI 2025).

O assunto também foi tema da conversa com o pontífice. “Falei ao Papa sobre minha participação hoje no encontro da FAO e como em dois anos e meio tiramos pela segunda vez o Brasil do Mapa da Fome. E, agora, estamos levando este debate para o mundo por meio da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, escreveu o presidente. 

Ainda nesta segunda, o presidente encerrará a Segunda Reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e inaugurará o espaço que abrigará o secretariado da iniciativa.

Primeiro encontro

Esta é a primeira vez que Lula se encontra o Papa Leão XIV, que sucedeu o Papa Francisco. No encontro, o petista também falou sobre a necessidade de “criar um amplo movimento de indignação contra a desigualdade” e parabenizou o Santo Padre pela publicação da Exortação Apostólica Dilexi Te, no qual diz não ser possível “separar a fé do amor pelos mais pobres”.

Lula também relatou a sua “relação de extrema proximidade” com religiosos brasileiros como Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Hélder Câmara, Dom Luciano Mendes de Almeida, Pedro Casaldáliga e o atual presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler, e o quanto a convivência com as Comunidades Eclesiais de Base foi “importante” para a sua formação.

“Ficamos muito felizes em saber que sua Santidade pretende visitar o Brasil no momento oportuno. Será muito bem recebido, com o carinho, o acolhimento e a fé do povo brasileiro. Lembrei que ontem tivemos uma demonstração imensa dessa fé no Círio de Nazaré e nas comemorações do Dia de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do Brasil”, concluiu o presidente.