21 de outubro de 2025

O setor gráfico e a força do varejo: como a inovação em comunicação visual impulsiona o mercado supermercadista brasileiro

O setor gráfico brasileiro, tradicionalmente ligado à produção de materiais impressos, vive um processo de reinvenção silenciosa e estratégica. Impulsionado pela transformação digital e pela crescente profissionalização do varejo, especialmente o supermercadista, o segmento tornou-se um elo fundamental na experiência de consumo e na construção de identidade das marcas.

Dados recentes da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) indicam que o setor movimenta mais de R$ 46 bilhões por ano e é responsável por mais de 200 mil empregos diretos. Dentro desse universo, as empresas que atuam na comunicação visual, com foco em embalagens, cartazes promocionais, displays e sinalização, estão entre as que mais crescem, sustentadas pela expansão do varejo e pela busca das redes supermercadistas por padronização e impacto visual.

Para o empresário Cleoney Barbosa Santos, com mais de 25 anos de experiência e à frente do Grupo Luanart, o avanço do setor está diretamente ligado à capacidade de adaptação. “A indústria gráfica que entende o comportamento do varejo não vende apenas impressão, mas entrega estratégia de comunicação. Hoje, o ponto de venda é um espaço de conexão com o consumidor, e cada detalhe visual influencia o resultado”, analisa.

Cleoney iniciou sua trajetória em São Paulo, ainda jovem, atuando nas áreas de produção e manutenção gráfica. Em 1998, decidiu empreender por conta própria e fundou o Grupo Luanart, que nasceu com foco em publicidade visual e, ao longo dos anos, consolidou-se como um dos principais fornecedores gráficos do país.

Em 2011, o empresário apostou em um movimento ousado: transferiu parte das operações para Salvador, enxergando no Nordeste uma oportunidade de expansão e descentralização da indústria gráfica. A decisão foi um divisor de águas. Três anos depois, durante a Super Bahia 2014, uma das maiores feiras supermercadistas do Norte e Nordeste, o grupo atingiu seu maior crescimento regional, consolidando-se como fornecedor estratégico do varejo alimentar baiano.

Hoje, o Grupo Luanart atende mais de 180 municípios da Bahia, fornecendo soluções gráficas para redes supermercadistas, atacadistas e distribuidores. O foco está em unir tecnologia e sustentabilidade, reduzindo desperdícios e aprimorando processos de produção e personalização. “Nosso compromisso é oferecer soluções que atendam à velocidade do varejo moderno, com qualidade, agilidade e responsabilidade ambiental”, comenta Cleoney.

A digitalização também transformou o modelo de negócios. Com a chegada das impressões de alta performance, softwares de gestão e sistemas automatizados, a produtividade aumentou e os prazos foram reduzidos. O empresário explica que a inovação hoje é um requisito básico de sobrevivência. “O mercado gráfico mudou completamente. Quem não se adapta às novas tecnologias perde competitividade. Inovar é entender que o impresso continua essencial, mas precisa ser mais inteligente, eficiente e integrado à estratégia de marca”, afirma.

Além do impacto econômico, o setor gráfico exerce papel social relevante. No Nordeste, a expansão de gráficas estruturadas tem contribuído para gerar empregos e capacitar profissionais em áreas técnicas, de design e operação. Essa descentralização industrial reforça o desenvolvimento regional e consolida a Bahia como um polo de produção e criatividade.

Para Cleoney, o futuro do setor passa pela integração entre tecnologia e sustentabilidade. Ele acredita que o mercado caminhará para uma combinação de impressão sob demanda, materiais recicláveis e design funcional. “As empresas querem reduzir estoques e custos, e o consumidor busca marcas que se preocupam com o meio ambiente. O gráfico do futuro será aquele que une eficiência e consciência”, observa.

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