A Marinha da Itália confirmou esta semana que planeja construir um porta-aviões movido a energia nuclear, modernizando a sua frota e entrando para o seleto grupo de países que possuem embarcações desse tipo. A fase de estudos do projeto está prevista para começar em 2026.
Intitulado “Portaerei di Nuova Generazione”, ou “Porta-aviões de Nova Geração”, o conceito também inclui um sistema de lançamento eletromagnético de aeronaves (EMALS), como indicam os documentos divulgados recentemente. Além disso, pode se tornar o primeiro do mundo compatível com os futuros caças de sexta-geração da Força Aérea americana.
In 2026 will starts the studies of new Italian Navy aircraft carrier, know as “Portaerei di Nuova Generazione” (New Gen Aircraft Carrier). From what know given by the Navy’s request, should be nuclear powered and maybe with EMALS system. The fighter’s choice will be interesting. pic.twitter.com/KfEvReUz0n
— Ciro Nappi (@CiroNappi6) October 20, 2025
Propulsão nuclear, drones e mais
Planejando aumentar suas capacidades de operação, a Marinha italiana quer desenvolver um navio-aeródromo nuclear para reforçar sua posição no Mediterrâneo, seguindo o mesmo caminho da França, que recentemente iniciou a construção da maior embarcação do tipo na Europa. Os esforços fazem parte do programa “Minerva”.
- A iniciativa, lançada em 2023 pela Diretoria de Armamentos Navais, prevê o uso de reatores navais com capacidade para produzir 30 MW de energia, cada;
- Com esse sistema, será possível reduzir a dependência dos combustíveis convencionais, aumentar a resistência da embarcação e a flexibilidade operacional, segundo o projeto;
- De tamanho reduzido, os reatores também devem permitir a otimização do espaço interno, liberando o transporte de cargas maiores de munições e combustível para os caças;
- Já o citado mecanismo de catapultas eletromagnéticas substituirá o tradicional, a vapor, sendo capaz de lançar aeronaves maiores e mais pesadas.
A partir desta última característica, o futuro porta-aviões nuclear da Itália teria a capacidade de receber os jatos militares de sexta geração em desenvolvimento pelos EUA. O caça F-35C é outra possibilidade mencionada por especialistas, além do F35-B atualmente em uso pelos militares do país.
O navio de guerra também poderá operar lançamentos de drones para missões de ataque, reconhecimento e vigilância, se adaptando às novas estratégias de combate. Tecnologias como proteção cibernética avançada, radares de última geração e armas de energia direcionada são outras que deverão estar presentes.
Cronograma indefinido
No momento, não há um cronograma definido pelas autoridades italianas. Foi divulgada somente a fase de estudos iniciando no ano que vem e há uma série de obstáculos que podem atrasar o desenvolvimento, como custos elevados, dependência de pessoal especializado e discussões sobre a viabilidade do projeto.
Analistas apontam que, em caso de aprovação do conceito, o projeto ambicioso começaria a ser construído somente depois de 2030. Já a entrada em serviço aconteceria no final da próxima década ou a partir de 2040 em diante.
O interesse da Itália na propulsão nuclear naval não é recente. Nos anos 1950, o país anunciou o submarino nuclear Guglielmo Marconi, alimentado por um reator de 30 MW baseado em modelos americanos, mas a iniciativa foi deixada de lado, na década seguinte, após o fim da cooperação com os EUA.
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Fonte ==> TecMundo