Uma transformação silenciosa e profunda está redesenhando o futuro da advocacia no Brasil e no mundo. A inteligência artificial generativa, antes vista como ferramenta de apoio, passa agora a ocupar uma posição estratégica na rotina jurídica, ampliando capacidades, acelerando análises e mudando a forma como advogados pensam e entregam valor.
Entre os especialistas que vêm consolidando essa discussão no país, destacam-se o advogado previdenciário Daniel Santini, mestre em Direito pela PUC-Campinas e referência nacional em prospecção digital, e o pesquisador internacional Joaquim Santini, diplomado pelo INSEAD (França). Juntos, eles analisam o impacto da IA no Direito e traduzem uma mudança que já movimenta escritórios, departamentos jurídicos e novos profissionais: a transição do Co-Pilot para o Co-Thinker.
Do operacional à inteligência estratégica
Durante anos, a tecnologia se restringiu a acelerar tarefas repetitivas no Direito: organizar documentos, pesquisar jurisprudência, revisar contratos. Agora, o cenário é outro.
A IA generativa passou a atuar como parceria intelectual real e não mais apenas como ferramenta. Segundo Joaquim Santini, que teve seu estudo citado pela TIMES e pela CNBC, o ponto de virada está na migração de simples assistente para co-pensadora do processo jurídico.
“Há uma diferença entre a ferramenta que executa e a inteligência que provoca raciocínio. O Co-Thinker não substitui o advogado, ele amplia sua capacidade cognitiva”, destaca o pesquisador.
Esse movimento, já consolidado em mercados globais, chega ao Brasil como divisor de águas entre os profissionais que evoluem e os que resistem à mudança.
Uma resistência mais identitária do que tecnológica
Apesar dos avanços, muitos advogados ainda reagem à IA com frases como “máquina não interpreta lei” ou “cliente quer o humano”. Para Daniel Santini, essa resistência não é técnica é cultural.
“O mercado não quer substituir advogados. Quer advogados mais potentes, que consigam entregar profundidade com velocidade”, afirma.
É justamente essa combinação humana e tecnológica que está se tornando o padrão competitivo da nova advocacia.
Direito Previdenciário vive a mudança mais rápida
Entre todas as áreas, o Direito Previdenciário é uma das que mais sentem os efeitos da IA. Isso porque o setor envolve:
- grande volume documental,
- análises técnicas complexas,
- cruzamento de dados,
- e forte impacto social.
Hoje, muitos clientes chegam ao escritório munidos de pré-análises feitas por IA o que eleva o nível das consultas e exige maior profundidade estratégica por parte dos profissionais.
Para Daniel Santini, isso representa uma oportunidade:
“A IA reduz o operacional e devolve ao advogado o tempo para pensar. Isso muda completamente o valor da atuação previdenciária.”
Uma nova régua para medir excelência jurídica
Com a adoção de sistemas inteligentes, tarefas antes demoradas como elaboração de petições iniciais, revisão de cálculos e construção de teses se tornam mais rápidas e assertivas.
O que passa a diferenciar o profissional não é sua capacidade de produzir volume, mas sua capacidade de interpretar, orientar e tomar decisões complexas.
Esse novo padrão já impacta:
- produtividade,
- competitividade,
- capacidade de expansão,
- e posicionamento digital dos escritórios.
O futuro da advocacia: quem trabalha com IA e quem será substituído por quem soube trabalhar com ela
A discussão central não é se a IA substituirá advogados mas quais advogados prosperarão neste novo cenário.
Especialistas apontam que os profissionais mais valorizados serão aqueles que:
- combinarem inteligência humana, empatia e análise contextual,
- com velocidade, precisão e escala proporcionadas pela IA.
“A advocacia que se reinventa agora será a liderança jurídica de amanhã”, afirma Daniel.
Uma chamada à evolução
O avanço da IA inaugura uma era em que advogados deixam de competir por volume e passam a competir por inteligência aplicada. Para Joaquim, o diferencial não está apenas na tecnologia, mas na proximidade com quem domina o assunto: “A revolução já começou. Estar perto dos profissionais que estão abrindo essa fronteira é o que determina quem avança e quem fica para trás.”
A advocacia está entrando em um novo capítulo mais estratégico, mais analítico e mais humano.
O que está mudando não são apenas as ferramentas. É a própria identidade da profissão.


