Candidato à presidência do PT, o deputado federal Rui Falcão (SP) divulgou à militância do partido uma carta em que afirma que a atual política do Banco Central mantém as diretrizes adotadas sob a gestão de Roberto Campos Neto, indicado de Jair Bolsonaro (PL) que deixou a autoridade monetária no começo deste ano. O comunicado foi divulgado nesta terça-feira 27.
O texto não cita nominalmente o atual presidente do BC Gabríel Galípolo, que foi indicado pelo presidente Lula (PT). “A atual política monetária tem sido uma continuidade da gestão de Campos Neto e deve ser criticada por se constituir em um sério obstáculo ao desenvolvimento nacional, transferindo enormes riquezas ao capital financeiro”, diz o postulante petista no documento. A eleição interna ocorrerá em julho.
Internamente, a crítica é vista como mais um sinal do estremecimento da relação entre o PT e Galípolo. Alçado ao cargo no final do ano passado, o economista iniciou sua gestão com amplo apoio na legenda, mas as decisões recentes do Copom sobre a taxa Selic irritaram os petistas.
Nos últimos dias, Galípolo endossou uma proposta de emenda à Constituição que dá autonomia ao BC, sob alegação de que ele dará à instituição financeira o poder de gerir seus próprios recursos. O Palácio do Planalto, porém, é contra a medida.
A carta redigida por Falcão também afirma que o PT não deve apoiar qualquer proposta que reduza direitos das classes trabalhadoras e critica seu concorrente na disputa interna pela corrente Construindo Um Novo Brasil, Edinho Silva, por, segundo ele, “maquiar a orientação que defende sobre vários assuntos fundamentais”.
O deputado ainda disse ser preciso “restabelecer imediatamente as melhores relações com a Venezuela”, defendendo a entrada do país vizinho no Brics, e romper com o governo de Israel “até que cesse o genocídio contra o povo palestino”.
“O diálogo é frutífero quando parte de ideias nítidas e públicas, abrindo caminho para que a militância e o povo se engajem nos debates. A participação consciente e organizada dos petistas é indispensável para a grande batalha de 2026“, finaliza Falcão.
Além de Edinho e do parlamentar estão na disputa os dirigentes partidários Valter Pomar e Romênio Pereira.
Fonte ==> Casa Branca