O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, enviou sua mensagem mais severa a Israel nesta terça-feira (27) durante uma entrevista coletiva na Finlândia.

Em uma mudança de tom do país, Merz criticou os contínuos ataques aéreos em Gaza, argumentando que “não mais justificados pela necessidade de lutar contra o Hamas”.

“Os ataques militares massivos dos israelenses na Faixa de Gaza não me revelam mais nenhuma lógica. Como eles servem ao objetivo de combater o terror… Nesse sentido, encaro isso de forma muito, muito crítica”, disse Merz em Turku.

O novo posicionamento do chanceler alemão surge em meio a uma mudança mais ampla no país em relação ao apoio destinado a Israel após o massacre de 7 de outubro de 2023.

O ministro das Relações Exteriores, Johann Wadephul, e aliados de coalizão, especialmente os sociais-democratas, começaram a pressionar o governo para interromper as exportações de armas para Israel, argumentando que a Alemanha corre o risco de se tornar “cumplicidade em crimes de guerra”.

O país, ao lado dos EUA, foi um dos maiores apoiadores de Israel, até o momento, em sua guerra para erradicar o grupo terroristas Hamas após o massacre em território israelense, que resultou na morte de mais de mil civis e militares e no sequestro de outras centenas para o enclave palestino.

Contudo, as declarações mais recentes de Merz parecem se alinhar ao discurso de outros países europeus, nos últimos dias, como o Reino Unido e França, que intensificaram suas críticas a Israel, ameaçando aplicar “medidas concretas” contra o país para encerrar a guerra no Oriente Médio.