LONDRES (Reuters) – O órgão regulador de mercados do Reino Unido ameaçou a Amazon nesta quinta-feira com uma investigação formal caso a empresa não melhore sua conformidade com um código criado para proteger fornecedores.
O Groceries Code Adjudicator (GCA) disse que sua pesquisa anual de 2024 constatou que menos da metade dos entrevistados que forneciam diretamente à Amazon acreditavam que a gigante norte-americana cumpria “consistentemente” ou “a maioria” do Código de Prática de Fornecimento de Mercados.
O código visa garantir que os 14 maiores varejistas do Reino Unido, incluindo Tesco, Sainsbury’s e Marks & Spencer, tratem os fornecedores de forma justa. A Amazon está sujeita a ele desde 2022.
O código impede que as empresas façam alterações nos contratos de fornecimento de forma inesperada e também exige que os varejistas avisem com antecedência adequada caso não queiram mais usar um fornecedor e apresentem os motivos para rescindir o contrato.
A pontuação de conformidade percebida com o código pela Amazon caiu de 59% em 2023 para 47%, com a empresa mantendo sua posição em último lugar, cerca de 41 pontos percentuais atrás da Iceland, com 88%, em 13º lugar.
“Estamos muito decepcionados com esses resultados e estamos empenhados em melhorá-los”, disse um porta-voz da Amazon.
O GCA disse que informou à Amazon para tomar “medidas rápidas e abrangentes” para demonstrar conformidade com o código.
O órgão regulador está monitorando as mudanças que a Amazon está fazendo e seu impacto para determinar se elas são suficientes.
“Não hesitarei em iniciar uma investigação formal, se apropriado e necessário, para garantir que a Amazon esteja tratando seus fornecedores de forma justa e legal”, disse Mark White, responsável pela fiscalização de cumprimento do código no GCA.
Em última instância, o órgão pode impor penalidades financeiras de até 1% do faturamento de um grande varejista no Reino Unido.