O ano letivo de 2025 tem como novidade o maior controle no uso de aparelhos celulares por crianças e adolescentes no ambiente escolar. A Lei Federal 15.100 restringe o manuseio de smartphones aos casos de uso em atividades pedagógicas ou a necessidades de saúde da criança. O objetivo da nova norma é reduzir as distrações e melhorar o aprendizado, mas seu impacto efetivo ainda está sendo observado e não podemos, por hora, avaliar seu sucesso ou insucesso.
Há até pouco tempo, o uso de aparelhos eletrônicos em salas de aula era destacado como avanço para o aprendizado. Mas nos últimos anos essa percepção mudou, puxada principalmente por avaliações de países europeus sobre o assunto. Para conversar sobre o impacto dos aparelhos eletrônicos na vida escolar de crianças e adolescentes, o Brasil de Fato Pernambuco entrevistou a psicóloga e terapeuta familiar Magda Alves. “A tecnologia deve ser um meio e não um fim no processo educacional”, diz ela.
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A psicóloga destaca que a norma brasileira é reflexo de um aprendizado recente das sociedades sobre as consequências do uso excessivo de telas. “Crianças precisam interagir com o mundo físico para consolidar habilidades lógicas e cognitivas. O toque, o cheiro, a experiência concreta, são fundamentais – e as telas limitam isso”, explica a profissional. Maga Alves completa que, entre os impactos cognitivos do uso excessivo de telas eletrônicas, estão as dificuldades de concentração, criatividade e resolução de problemas.
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A entrevista foi ao ar no Trilhas do Nordeste, programa semanal de entrevistas do Brasil de Fato Pernambuco, que vai ao ar sempre às segundas, às 19h45, na TVT São Paulo (canal 44.1) ou nos canais no Youtube do Brasil de Fato e da TVT. Assista abaixo.
A presença das telas eletrônicas nas salas de aula podem, se usadas corretamente, enriquecer o aprendizado, mas também podem ser uma distração. “É necessário que os professores tenham um planejamento para o uso educativo dessas ferramentas”, afirma. Magna sugere uma reflexão crítica dos profissionais e famílias dos estudantes sobre o papel da tecnologia no ambiente escolar.
Questionada sobre o impacto inicial da Lei 15.100, ela explica que ainda é cedo para avaliar os resultados no aprendizado, mas avalia como uma medida que deve ter resultados positivos na interação entre os estudantes. “Não tem mais o objeto tomando sua atenção. Isso deve ajudar na concentração, na participação e na interação com professores e entre alunos”, diz ela. A restrição é válida também para os intervalos entre aulas e o “recreio”.
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Fonte ==> Brasil de Fato