A China anunciou, nesta sexta-feira (4), a aplicação de tarifas adicionais de 34% sobre todas as importações provenientes dos Estados Unidos, como resposta direta à ofensiva tarifária do presidente norte-americano Donald Trump, que impôs a mesma alíquota sobre produtos chineses no início da semana. A medida entra em vigor a partir de 10 de abril.
Além disso, Pequim informou que vai impor controles sobre a exportação de sete elementos de terras raras — entre eles o gadolínio e o ítrio, essenciais para equipamentos médicos e produtos eletrônicos — e que levará a disputa à Organização Mundial do Comércio (OMC). O governo chinês classificou as tarifas de Washington como uma “intimidação unilateral” que fere normas internacionais.
A escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo provocou forte turbulência nos mercados. Os preços internacionais do petróleo despencaram: o barril do Brent caiu mais de 6%, e o WTI, cerca de 6,6%. Bolsas da Ásia, Europa e dos EUA operaram em queda acentuada, com o S&P 500 registrando sua maior baixa diária desde 2020. Investidores migraram para ativos considerados mais seguros, como os títulos do Tesouro norte-americano, cujo rendimento caiu para o menor nível desde outubro.
No Brasil, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) monitora de perto os desdobramentos da crise e estuda uma possível retaliação, embora a prioridade seja buscar uma saída negociada com os EUA. O objetivo é proteger setores estratégicos, como o aço e o alumínio, que podem ser diretamente atingidos pelas barreiras comerciais impostas por Washington. A estratégia brasileira envolve, ao mesmo tempo, sinalizar capacidade de reação e insistir no diálogo bilateral para reverter ou mitigar os impactos do tarifaço.
Fonte ==> Brasil de Fato