O Salão do Automóvel de São Paulo 2025 lembra o evento de 1992. Como ocorre agora, a edição realizada há 33 anos trazia um grande número de novas marcas que, além de estrearem como importadoras, elaboravam os planos de produção nacional. A diferença está na origem.
Naquele ano, as montadoras que planejavam montar seus carros no Brasil agiam com discrição e não revelavam os detalhes de seus projetos, como a francesa Peugeot e a japonesa Honda. Agora, são as novas chinesas que pretendem fabricar seus automóveis por aqui, e não há meias palavras nos anúncios.
A Saic revelou os modelos da MG (Morris Garages) às vésperas do salão e, na prévia do evento, reforçou a meta de iniciar a operação fabril no fim de 2026. A empresa espera começar no sistema SKD (Semi Knock Down), que significa que os veículos virão parcialmente montados para o Brasil. O hatch elétrico MG4 (a partir de R$ 169,6 mil) deve estar entre os automóveis nacionalizados.
De origem inglesa, a marca centenária foi salva da falência pela gigante chinesa. Dessa forma, tem fôlego para encarar a eletrificação e as concorrentes que surgiram há pouco tempo, como a Leapmotor. A empresa do grupo Stellantis também confirmou produção no Brasil, e o local das instalações já está definido.
A partir de 2026, modelos com tecnologia híbrida ou 100% elétricos começarão a ser montados em Goiana (PE), na mesma fábrica de onde já saem carros das marcas Jeep (Renegade, Compass e Commander), Fiat (Toro) e RAM (Rampage).
Outra chinesa que anunciou a montagem de seus modelos no Brasil durante o Salão do Automóvel de São Paulo foi a Changan, que deve aproveitar as instalações de seu parceiro nacional, o grupo Caoa, em Anapólis (GO). Os modelos da marca Avatr estão em exibição no pavilhão de exposições do
Anhembi (zona norte).
Por enquanto, o plano mais sólido foi o divulgado pela Geely em conjunto com a Renault. Após anunciarem um investimento de R$ 3,8 bilhões no complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR), a chinesa confirmou a produção da versão híbrida do SUV EX5. O anúncio foi feito durante a apresentação da marca no salão.
As primeiras opções nacionalizadas do utilitário esportivo sairão da fábrica paranaense no segundo semestre do próximo ano.
Além dos anúncios feitos no Salão do Automóvel de São Paulo, há a futura produção do Chevrolet Spark EV no Ceará (o modelo tem origem chinesa) e expectativas pelas confirmações de GAC, Omoda Jaecoo e Jetour. As três também divulgaram intenções de montar seus veículos eletrificados no Brasil.
Fonte ==> Folha SP


