O empresário Fabio Ottaiano, fundador da Lenvie Parfums, conta que a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) foi decisiva para a internacionalização da marca. “Foi por intermédio da ApexBrasil que começamos a olhar para fora. Fizemos o trabalho junto com a ApexBrasil, definimos a prioridade”, diz, em depoimento ao podcast Histórias Exportadoras, produzido pela Agência.
Atualmente, a empresa está presente em 22 lojas no Chile e no Uruguai e deve chegar a mais 26 no México. Ottaiano afirma que a expectativa é de que as exportações representem de 20% a 30% do faturamento já no próximo ano.
A Lenvie Parfums é uma das empresas que participam do programa Exporta Mais Brasil, criado em 2023 pela ApexBrasil, e que tem se consolidado como uma das principais iniciativas para apoiar empresas nacionais no processo de internacionalização.
Em entrevista por e-mail ao Brasil de Fato, a agência explica que “o programa promove um encontro entre empresas brasileiras exportadoras ou que querem começar a exportar com compradores internacionais em eventos organizados dentro do Brasil”.
Além das rodadas de negócios, como são chamadas as reuniões formais, os importadores estrangeiros convidados participam de visitas técnicas a indústrias e unidades produtivas.
De acordo com a agência, essa etapa permite “conhecer um pouco melhor a estrutura produtiva do país naqueles setores, visitar empresas e imergir na realidade brasileira”.
Como funciona
De acordo com a ApexBrasil, o programa está estruturado em dois momentos distintos. O primeiro é o Diálogos Exporta Mais Brasil. No site oficial da Agência, eles são descritos como encontros formativos, abertos ao público, que “compartilham conhecimento sobre oportunidades de exportação em diversos setores”.
O segundo momento são as Rodadas de Negócios, quando compradores internacionais vêm ao Brasil para reuniões presenciais com empresas selecionadas. Além das rodadas, há visitas técnicas para que os importadores avaliem a produção de perto.
Na entrevista, a ApexBrasil destaca que, para os empresários brasileiros, trata-se de “uma oportunidade muito interessante para desenvolver novos negócios internacionais a um custo baixo, já que não é preciso sair do país”.
Para os compradores, acrescenta, é “uma oportunidade interessante de conhecer novos fornecedores e de absorver informações sobre o perfil do setor no Brasil, além de ter uma imersão cultural e de negócios muito relevante”.
O site oficial informa que cada rodada possui um regulamento próprio, que define perfil, critérios e prazos. As empresas precisam se inscrever e passar por um processo de seleção. As oportunidades são divulgadas com antecedência na aba “Notícias” do site da ApexBrasil. Já os compradores internacionais são convidados pela agência de acordo com o setor em foco.
Segundo a ApexBrasil, já foram feitas edições para inúmeros segmentos da economia, como alimentos e bebidas industrializadas, alimentos e bebidas saudáveis, frutas, cafés, serviços de TI, artesanato, moda, embarcações, entre vários outros.
Resultados desde 2023
De acordo com a ApexBrasil, de agosto de 2023 a dezembro de 2024, o programa promoveu mais de 6 mil reuniões de negócios, envolvendo 875 empresas brasileiras e 305 compradores internacionais, em 28 edições. Nesse período, o volume projetado, ou seja, a expectativa de vendas informada pelas empresas e compradores após os encontros, chegou a pouco mais de R$ 553 milhões.
Em 2025, até o início de setembro, foram realizadas nove edições, com 259 empresas nacionais e 66 compradores estrangeiros, além de R$ 92 milhões em expectativas de negócios fechados. O balanço ainda será atualizado com os resultados das rodadas de máquinas e equipamentos, em Esteio (RS), e de alimentos e bebidas industrializadas, em Goiânia (GO), ambas finalizadas em 5 de setembro.
De acordo com o site oficial do Exporta Mais Brasil, o próximo evento será dedicado a frutas e derivados, em Macapá (AP). No total, serão 13 rodadas ao longo do ano, cada uma voltada a um setor específico e realizada em um estado diferente. A agenda começou em abril, em Aracaju (SE), com foco em alimentos e bebidas saudáveis, e seguiu para Brasília (DF), dedicada à tecnologia da informação e comunicação.
Outros casos de sucesso
Um caso relatado pela Agência Gov, portal de notícias do governo federal, em 2024, é da artesã Eliene Bispo, do Tocantins, que trabalha com capim dourado. Bispo participou de uma edição do Exporta Mais Brasil em Fortaleza (CE), em setembro de 2023. O evento reuniu 58 artesãs e artesãos de diferentes regiões e contou com compradores da China e da Áustria.
Antes disso, a empreendedora já havia integrado o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), uma iniciativa da ApexBrasil, realizada em parceria com universidades e instituições locais, que tem como objetivo preparar negócios brasileiros para iniciar exportações. A ação inclui capacitação e orientação técnica, funcionando como uma etapa anterior às rodadas de negócios internacionais do Exporta Mais Brasil.
“Quando comecei a exportar foi um sofrimento, porque eu não sabia e ninguém sabia explicar como era que fazia [para alcançar mercados no exterior]. Então foi muito interessante participar do PEIEX, porque vi que existem outras maneiras de fazer [negócio]”, contou Bispo à agência.
Foco em pequenas e médias empresas
A ApexBrasil ressalta que os pequenos e médios empresários são os mais beneficiados pelo Exporta Mais Brasil, já que o programa busca reduzir custos e riscos. Segundo a agência, os empresários recebem no Brasil compradores selecionados pela ApexBrasil e com potencial interesse pelo seu produto ou serviço, já que é feito um ‘casamento prévio’ entre a oferta e a demanda.
Em 2025, uma novidade foi a parceria com o Sebrae nacional, que passou a custear passagens e hospedagens para integrantes de micro e pequenas empresas quando a rodada ocorre em outro estado. Para a ApexBrasil, esse apoio “foi fundamental para estimular esse perfil de empresa a buscar a internacionalização”.
Ajustes e inovações
Ao longo de quase dois anos de existência, a dinâmica do Exporta Mais Brasil foi sendo ajustada. A partir de 2025, todas as rodadas passaram a incluir sessões coletivas de preparação, em que são apresentados o perfil dos compradores, a dinâmica da ação e as orientações sobre materiais necessários. Em algumas edições, foi incluída também consultoria individual antes ou depois das rodadas.
Além disso, a ApexBrasil incentiva os participantes a usarem a plataforma digital Buy Brazil, criada pela própria agência para servir de vitrine on-line de produtos brasileiros a potenciais compradores.
Segundo a ApexBrasil, além do potencial de negócios em si, as empresas aprendem muito a partir do feedback dos compradores em relação aos seus produtos e serviços na plataforma.
Diferencial para compradores
O grande diferencial do programa, na avaliação da agência, é a presença dos importadores no Brasil. Para a gerência da ApexBrasil, a vinda dos estrangeiros “é uma estratégia muito eficiente para os dois lados”, tanto as companhias nacionais quanto as compradoras globais.
Em uma rodada de couro e peles, realizada em abril de 2024, por exemplo, o sul-africano Craig van Heerden, diretor da HideSkin, declarou à Agência Gov que foi “uma experiência extraordinária conhecer novos fornecedores do Brasil”.
Já o equatoriano Christian Orbe, gerente da fábrica de calçados Bunky, afirmou à mesma reportagem que “é uma iniciativa linda da ApexBrasil”. Segundo Orbe, a empresa está “abraçando as novas oportunidades com o objetivo de fazer novos negócios”.
[Conteúdo patrocinado pela ApexBrasil.]
Fonte ==> Brasil de Fato