A falta de qualificação profissional e os gargalos de gestão continuam sendo alguns dos principais entraves ao crescimento das empresas brasileiras. Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 8 em cada 10 indústrias no Brasil enfrentam dificuldades para contratar trabalhadores qualificados. No setor de serviços, a situação é semelhante: segundo o IBGE, mais de 40% das empresas relatam problemas relacionados à gestão de processos e à escassez de profissionais com formação técnica.
Nesse cenário, a consultoria empresarial deixou de ser vista como um luxo restrito a grandes corporações e passou a se consolidar como ferramenta estratégica de sobrevivência para empresas de todos os portes. Mais do que identificar falhas, a consultoria atua na reorganização de processos, na implementação de boas práticas de governança e na profissionalização de equipes.
O consultor e empresário Luis Antonio Tomazi, que acumula 25 anos de experiência, destaca que a diversidade de setores atendidos aumenta a relevância da atividade. Ao longo de sua trajetória, já trabalhou com empresas de petróleo, papel, usinagem, revenda de óleo, indústria têxtil e de injeção plástica, além de serviços de facilities. “Cada setor traz desafios específicos, mas todos compartilham um mesmo ponto: a necessidade de eficiência. Muitas vezes, soluções aplicadas na indústria de óleo podem ser adaptadas à têxtil ou aos serviços, desde que haja personalização. Essa troca de experiências entre setores é o grande valor agregado da consultoria”, avalia.

Dados do Sebrae reforçam essa visão: 60% das pequenas empresas brasileiras fecham as portas em até cinco anos, e a ausência de planejamento estratégico é apontada como uma das principais causas. Para Tomazi, esse dado evidencia o papel da consultoria como elemento de prevenção. “O empresário brasileiro, em especial o de pequeno e médio porte, costuma buscar ajuda quando o problema já se tornou crítico. O ideal é trazer a consultoria para dentro do planejamento, não apenas como socorro emergencial”, explica.
Outro ponto de impacto está na produtividade. Segundo o IBGE, a produtividade do trabalhador brasileiro equivale a 25% da média registrada nos países da OCDE. O consultor aponta que essa defasagem não é apenas uma questão de capacitação técnica, mas também de gestão. “Empresas que organizam seus processos, definem indicadores claros e treinam suas equipes conseguem aumentar a produtividade em curto prazo. Não se trata de trabalhar mais horas, mas de usar melhor os recursos”, afirma Tomazi.
A carência de mão de obra qualificada, que no setor energético obriga companhias a buscar profissionais em outros estados, também é observada em segmentos como o têxtil e o de usinagem. Isso gera custos adicionais de mobilização e afeta a competitividade. Nesse ponto, Tomazi ressalta a necessidade de maior articulação entre empresas, governo e instituições de ensino. “Investir em formação técnica é fundamental, mas não basta. É preciso aproximar a grade dos cursos da realidade do mercado, porque formar profissionais que não atendem às demandas práticas é perpetuar o problema”, diz.
Para especialistas, o crescimento da consultoria empresarial está diretamente ligado a essa lacuna de qualificação. No Brasil, o setor já movimenta bilhões por ano e cresce em ritmo constante, impulsionado pela busca de soluções rápidas e customizadas. Empresas que recorrem a consultores experientes conseguem acelerar sua curva de aprendizado, reduzir custos e se adaptar mais rápido a mudanças de mercado.
No caso de Luis Antonio Tomazi, a experiência adquirida em bancos como Real e Safra, somada à atuação em múltiplas indústrias, fortaleceu sua visão de negócios e o posicionou como referência no apoio a empresas em transição. “A consultoria não é apenas diagnóstico, é execução. É colocar a mão na massa junto com o empresário para transformar o planejamento em prática”, resume.
A realidade mostra que, em um país onde a competitividade ainda é limitada pela falta de qualificação e pela baixa produtividade, a consultoria empresarial assume um papel cada vez mais estratégico. Ao conectar experiências de diferentes setores, especialistas como Tomazi ajudam a transformar fragilidades estruturais em oportunidades de crescimento, tornando a economia mais eficiente e as empresas mais preparadas para competir em um mercado global.