Divididos em duas turmas, os participantes mergulharam em uma experiência formativa com palestras e capacitações práticas, conduzidas por consultores especializados. Com carga horária total de 26 horas, o curso ofereceu orientação sobre empreendedorismo, habilidades e comportamentos para empreender, oficina de inclusão digital abordando as ferramentas Google Meu Negócio, Instagram, fotos e vídeos como estratégia de acesso a mercados.
Muito mais do que falar sobre empreendedorismo e inclusão digital, o projeto teve como foco acolher e valorizar a trajetória dos servidores aposentados, reconhecendo a importância do que construíram no serviço público e oferecendo suporte para o novo momento que se inicia após o desligamento profissional. “É um gesto de respeito e gratidão. Um reconhecimento ao que esses profissionais representam para a cidade”, afirma Amanda Oliveira, subsecretária da Escola de Governo.
A maturidade e a experiência de vida dos participantes foram, inclusive, vistas como diferencial competitivo. Muitos já realizavam atividades empreendedoras de forma indireta e encontraram no curso a oportunidade de aprofundar conhecimentos e profissionalizar ideias. O conteúdo de marketing digital, por exemplo, provocou reflexões sobre o uso estratégico das redes sociais.
Um novo ciclo possível
Entre os alunos, o sentimento predominante foi o de acolhimento e redescoberta. Em um momento de ruptura emocional com a rotina de décadas no serviço público, o curso foi entendido como espaço de escuta, empoderamento e visão de futuro.
“Foi muito importante ser acolhido num momento tão delicado, em que precisamos nos reinventar. Não é sobre parar de viver, é sobre encontrar outras oportunidades. A gente tem muito a contribuir, somos pessoas ativas, com maturidade e experiência de vida — e isso faz a diferença”, relatou Maria Teresa Machado Gardim, uma das participantes.
O projeto revelou que, mesmo fora do ambiente institucional, os servidores aposentados permanecem como agentes transformadores da sociedade. Muitos já planejam colocar em prática ideias de negócio com propósito, enquanto outros enxergaram na formação a chance de retomar sonhos antigos ou desenvolver novos talentos.
Mais do que um curso, a iniciativa se mostrou uma política de cuidado com quem dedicou grande parte da vida ao serviço público. E mais do que ensinar sobre empreendedorismo, a formação ofereceu uma nova perspectiva de vida. “A aposentadoria não é fim. É recomeço. E com apoio, troca e conhecimento, esse novo ciclo pode ser ainda mais transformador”, considerou Celia Regina Gonçalves de Souza.
Fonte ==> Sebrae