No ambiente corporativo atual, a tomada de decisão deixou de ser guiada apenas pela intuição ou pela experiência acumulada de executivos.
Em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo, dados confiáveis, atualizados e bem estruturados são o ativo mais valioso para o C-Level — e a automação tem se tornado peça-chave para transformar esse volume massivo de informações em vantagem estratégica.
Um estudo da Gartner aponta que empresas que utilizam dados de forma estruturada em processos de decisão têm 23 vezes mais chances de conquistar clientes, seis vezes mais chances de reter clientes e 19 vezes mais chances de serem lucrativas. Esses números refletem a crescente dependência das organizações de soluções que unam análise de dados em tempo real e processos automatizados, capazes de gerar respostas rápidas para um mercado que muda a cada hora.
Segundo Maikol Vieira de Oliveira, especialista em automação e inteligência de dados com 15 anos de experiência, a velocidade é hoje um fator crítico de competitividade. “Não basta ter acesso aos dados; é preciso que eles estejam disponíveis em tempo real e de forma confiável. Quando um CEO toma uma decisão com base em informações defasadas, ele pode comprometer toda uma estratégia”, explica.

A importância dessa agilidade se confirma em setores como o financeiro, onde operações são sensíveis a mudanças macroeconômicas, e no varejo, em que decisões de precificação e estoque precisam responder ao comportamento imediato do consumidor. Nesse sentido, dashboards dinâmicos e sistemas integrados têm substituído relatórios manuais que demoravam dias — ou até semanas — para serem consolidados.
Além de acelerar decisões, a automação reduz erros humanos e libera executivos para se concentrarem em questões estratégicas, em vez de tarefas repetitivas e operacionais. “Quando você automatiza a coleta, integração e análise de dados, aumenta a confiabilidade da informação e garante que todos os níveis da empresa trabalhem com a mesma versão da verdade”, destaca Maikol.
A tendência é que, com o avanço da inteligência artificial generativa, da análise preditiva e das ferramentas low-code, o acesso a dados estratégicos em tempo real se torne cada vez mais democrático, alcançando empresas de todos os portes. Para o especialista, o desafio será cultural: “Não adianta ter as melhores ferramentas se a empresa não tiver maturidade para interpretar os dados e agir com base neles.”
No cenário global, a combinação de inteligência de dados e automação está criando uma nova lógica de gestão, onde decisões não se baseiam mais em percepções isoladas, mas em um ecossistema de informações precisas, integradas e acionáveis. E, à medida que a concorrência se intensifica, essa capacidade pode significar a diferença entre liderar ou ser liderado no mercado.