Com 92% das urnas apuradas, já está consolidado o segundo turno das eleições presidenciais na Bolívia, que será disputada entre o senador Rodrigo Paz, de Tarija, que soma 32,1% dos votos, e Jorge Tuto Quiroga, que tem 27%.
O empresário Samuel Doria Medina, favorito até a última semana, terminou em terceiro, com 20%, ficando de fora do segundo turno, que será disputado em 15 de outubro deste ano.
As urnas confirmam que, pela primeira vez em duas décadas, a esquerda não chegará ao governo do país. O candidato da Alianza Popular, Andrónico Rodríguez, obteve apenas 8,2% dos votos.
Na sequência aparecem Manfred Reyes Villa, da aliança APB-Súmate (6,6%), e Eduardo del Castillo, ex-ministro de Luis Arce e candidato governista, com 3,2%. Os demais nomes não superaram 2%.
A votação ocorreu em meio à pressão do ex-presidente Evo Morales, impedido de disputar após decisão do Tribunal Constitucional. Morales defendeu o voto nulo como forma de protesto durante as eleições.
Após votar em Lauca Eñe, cercado por camponeses que o protegeram, Morales declarou que “pela primeira vez na história, se não houver fraude, o voto nulo será o primeiro”. O ex-presidente, de 65 anos, afirmou que “desta vez vamos votar, mas não vamos eleger”, em crítica à exclusão de sua candidatura.
O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) informou que a jornada transcorreu em tranquilidade, com apenas incidentes isolados. O mais grave envolveu Rodríguez, que foi hostilizado ao votar em Carrasco, no Chapare, região cocalera e reduto histórico de Morales. Alvo de pedras e insultos, precisou sair às pressas. Os agressores seriam apoiadores do ex-presidente, segundo a imprensa boliviana, que rompeu com seu antigo aliado e hoje o acusa de traição. Morales chegou a chamá-lo de “peão do império e da direita.”
Fonte ==> Brasil de Fato