O marketing se tornou um dos principais motores de transformação de negócios em setores distintos, e os números comprovam a força dessa estratégia
De acordo com a consultoria McKinsey, empresas que investem em educação do consumidor e construção de autoridade registram taxas de conversão até 70% maiores do que aquelas que concentram esforços apenas em promoção direta. Esse dado, que há anos guia multinacionais da área de saúde, começa a ganhar espaço também no mercado da beleza e da estética, um setor que movimenta mais de R$ 170 bilhões por ano no Brasil, segundo a Euromonitor, e coloca o país como o quarto maior mercado global em cuidados pessoais, beleza e estética.
A especialista Christine Vieira Garrido conhece de perto esse movimento. Com 12 anos de carreira, construiu sua experiência no setor de tecnologias médicas, liderando lançamentos de produtos complexos como LigaSure, Valleylab e Sonicision, marcas globais que se tornaram referência de inovação e confiabilidade. Em sua atuação, coordenou campanhas e a estratégia de participação em congressos médicos de relevância nacional, como os da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Também esteve à frente da estratégia de comodato de equipamentos eletrocirúrgicos, que resultou em faturamento médio anual de R$ 1,6 milhão e crescimento de 10% ao ano entre 2018 e 2020.

Toda essa bagagem hoje é aplicada ao mercado da estética, em uma transição que ilustra o quanto técnicas rigorosas de marketing médico podem gerar impacto em setores aparentemente distintos. Christine explica que a lógica por trás das duas áreas é similar e depende, acima de tudo, da construção de confiança com o público. “A lógica é a mesma: construir confiança, educar o público e entregar valor real antes de oferecer o produto”, afirma. Ela ressalta que tanto no hospital quanto no salão de beleza, não se trata apenas de vender um produto ou serviço, mas de oferecer uma transformação que precisa ser percebida como legítima e segura.
Essa mentalidade é apoiada por dados. O relatório Beauty & Personal Care Market Outlook projeta que o setor global de estética deverá ultrapassar US$ 580 bilhões até 2027, impulsionado por consumidores que valorizam cada vez mais marcas confiáveis, transparentes e que entregam resultados comprovados. Nesse contexto, estratégias de educação contínua, demonstração de eficácia com base em casos reais e a criação de comunidades engajadas têm se mostrado fatores determinantes para o sucesso.
Segundo Christine, a venda deve ser consequência natural de uma autoridade bem construída. “Quando o profissional entende que a marca se importa com seu sucesso, ele se torna o maior promotor do produto ou serviço. E isso vale tanto para um cirurgião que adota uma nova tecnologia quanto para um cabeleireiro que aprende uma técnica exclusiva”, destaca. Seu trabalho atual em uma empresa americana do setor estético comprova isso: ao integrar marketing estratégico e educação profissional, acelerou negócios, abriu portas para a atuação internacional e consolidou uma base de clientes leais.
A experiência de Christine mostra que o futuro do marketing não está apenas em comunicar diferenciais, mas em formar consumidores e profissionais mais bem preparados. Com a estética se consolidando como um dos setores mais promissores da economia brasileira — e com expectativa de crescimento médio de 8% ao ano até 2026, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) —, as empresas que adotarem essa lógica de autoridade e confiança tendem a liderar o mercado.