O dia 26 de julho, conhecido como o Dia dos Avós, ganha um novo significado em meio à crescente relevância da chamada “Economia Prateada”. Segundo projeções do IBGE divulgadas em novembro de 2024, a população com 60 anos ou mais, que representava 15,6% dos brasileiros em 2023, deve saltar para 37,8% até 2070. Esse novo perfil da terceira idade tem transformado o mercado com abertura de oportunidades em diversos setores.

A longevidade e o desejo por qualidade de vida movimentam setores como saúde, bem-estar, tecnologia, moradia e, principalmente, turismo. Somente nas cidades de Andradina, Araçatuba, Birigui e Penápolis, há 482 MEIs dedicadas a atividades de apoio domiciliar, como cuidadores de idosos — reflexo da demanda crescente por serviços especializados.

O fisioterapeuta Leonardo Lorenzetti, que atua com terapias manuais na região, observa uma mudança de comportamento entre seus pacientes 60+. “Eles querem autonomia, movimentar-se melhor, viajar, cuidar dos netos, praticar atividades físicas. Não se trata apenas de envelhecer, mas de viver com independência”, explica.

David Morais, proprietário de uma academia em Araçatuba, conta que tem desenvolvido programas específicos para o público idoso, com foco em saúde, autonomia e qualidade de vida. Entre as principais adaptações estão a inclusão de aulas de pilates, musculação leve e treinamento funcional adaptado, com exercícios voltados para equilíbrio, força e mobilidade.

“Contamos com instrutores capacitados em atividades físicas para a terceira idade, oferecendo acompanhamento individualizado e foco na prevenção de lesões e na melhoria da qualidade de vida.”

O setor de turismo também acompanha essa transformação. Há 168 microempresas registradas como agências e operadoras turísticas nas quatro cidades. A empreendedora Irian Pincerato, com 20 anos de experiência, criou roteiros culturais, religiosos e de lazer pensados para este público.

“Meus passageiros envelheceram comigo. Eles têm tempo e dinheiro, mas precisam de mais atenção. Às vezes esquecem pertences, têm dificuldades com o celular, e até precisamos acompanhar em atendimentos médicos durante as viagens”, conta.