16 de setembro de 2025

Em cenário de emergência climática, população de Mateus Leme (MG) protesta em defesa de serra

Moradores de Mateus Leme, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), protestam contra o decreto municipal que revogou a Zona de Amortecimento da Serra do Elefante, importante área de preservação ambiental. A mobilização aconteceu na praça Matriz, em 29 de março. 

A medida foi assinada pelo prefeito Dr. Renilton (Republicanos) em fevereiro e pode reduzir em um terço a faixa protegida, abrindo caminho para empreendimentos imobiliários e até mineração.

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A Associação Amigos da Serra do Elefante (AASE), que há anos atua na defesa do local, denuncia a falta de transparência e participação popular na decisão. 

“Com estudos preliminares, mapeamos quase 180 espécies de aves registradas na serra do Elefante. A  diversidade é ainda maior do que a estimada até o momento. Nossos dados reforçam a importância da serra como área de conservação da Mata Atlântica e do Cerrado, um refúgio de uma fauna preciosa que inclui espécies ameaçadas”, afirmou o movimento em nota. 

A entidade já conseguiu barrar projetos de construção na região por meio de ações judiciais, garantindo a preservação da vegetação e dos recursos hídricos. Agora, com a revogação da zona de proteção, essas conquistas estão ameaçadas.

Riscos ambientais

A deputada estadual Lohanna França (PV) criticou o decreto municipal e destacou o papel da serra do Elefante na mitigação de tragédias climáticas. 

“A serra do Elefante está sendo atacada pela especulação imobiliária. Desde 2008, ela é reconhecida como patrimônio cultural e unidade de conservação, mas falta documentação básica. Agora, a prefeitura quer liberar um condomínio com mais de 130 casas em uma área de Mata Atlântica residual. Em tempos de enchentes, calor extremo e alta no preço dos alimentos por causa das mudanças climáticas, a serra nos protege”, alertou em suas redes sociais.

Diante desse cenário, Virgínia Aguiar, integrante da AASE, convoca a população a se mobilizar. 

“Precisamos do apoio de todos para defender o nosso patrimônio. Estamos vivendo uma crise climática. Quem se importa com a cidade e com a serra precisa se manifestar”, disse em comunicado.

Petição e mobilização nas redes

Diante da ameaça, a AASE está coletando assinaturas para uma petição pública que pressione a prefeitura a reverter o decreto. A mobilização ganha força nas redes sociais, com moradores e ambientalistas alertando para o risco de perda irreparável.

“Se não agirmos agora, podemos perder um dos nossos maiores patrimônios naturais para sempre”, alertam os organizadores.

Para obter mais informações e assinar a petição, acesse @aase.ml no Instagram.





Fonte ==> Brasil de Fato

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