5 de setembro de 2025

Empreendedorismo feminino no setor de saúde: avanços, desafios e o papel transformador das mulheres

Enidelce Paes
Enidelce Paes

O setor de saúde é um dos mais estratégicos da economia brasileira, representando cerca de 9% do PIB e empregando milhões de profissionais em áreas que vão da indústria farmacêutica à nutrição, passando por fisioterapia, estética e alimentação saudável.

Dentro desse universo, o empreendedorismo feminino tem se consolidado como força de inovação, resiliência e impacto social. Cada vez mais mulheres assumem a liderança de clínicas, laboratórios, empresas de produtos naturais e startups voltadas à saúde e ao bem-estar.

Segundo o Sebrae, mais de 10 milhões de negócios ativos no Brasil são liderados por mulheres, e cerca de 30% deles estão relacionados à saúde, estética e alimentação. Esse dado reflete não apenas a vocação feminina para atuar em áreas de cuidado, mas também a capacidade de gestão e de enxergar oportunidades em um mercado em constante transformação.

Especialistas apontam que o empreendedorismo feminino no setor de saúde cresce sustentado por três pilares principais: inovação, empatia e integração multidisciplinar. Enquanto os homens tendem a concentrar-se em áreas mais técnicas e industriais, as mulheres têm ocupado espaço em nichos que unem ciência, cuidado humano e gestão de negócios, como clínicas especializadas, empresas de produtos naturais e serviços de bem-estar.

Para a fisioterapeuta e empresária Enidelce Paes Ziolkowski, que atua há 17 anos no mercado e criou um negócio de referência em produtos naturais integrais, o diferencial das mulheres está justamente em equilibrar visão de negócio e propósito social. “A mulher empreendedora no setor de saúde entende que resultado não se mede apenas em faturamento, mas também no impacto que causa na vida das pessoas. Esse olhar mais humano é o que atrai confiança de clientes, pacientes e até de médicos e nutricionistas que nos indicam”, avalia.

Os desafios, porém, permanecem. Pesquisas mostram que mulheres ainda enfrentam maior dificuldade para acessar crédito, especialmente em setores de base científica ou de alto investimento tecnológico. Além disso, muitas precisam conciliar a rotina empresarial com a maternidade e a gestão da casa, cenário que exige resiliência e organização.

Apesar disso, a força do empreendedorismo feminino no setor de saúde é cada vez mais reconhecida. Empresas lideradas por mulheres têm se destacado pela capacidade de inovar em processos, oferecer soluções sustentáveis e integrar diferentes áreas do conhecimento, como fisioterapia, nutrição e esportes. Esse modelo de negócio multidisciplinar se mostra não apenas rentável, mas também alinhado às tendências globais de saúde preventiva e bem-estar.

Para Enidelce, o futuro será cada vez mais feminino nesse mercado. “Acredito que as mulheres vão assumir protagonismo crescente no setor da saúde porque sabem transformar propósito em negócio sustentável. Quando alinhamos conhecimento técnico, gestão e paixão pelo que fazemos, criamos modelos de negócio que inspiram e que têm impacto real na sociedade”, conclui.

Enidelce Paes

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