Enchentes nos EUA deixam pelo menos 80 mortos – CartaCapital

Enchentes nos EUA deixam pelo menos 80 mortos – CartaCapital

Chuvas torrenciais provocaram enchentes repentinas ao longo do rio Guadalupe, no estado americano do Texas, desde sexta-feira 4, deixando pelo menos 82 mortos. Entre as vítimas, estão 28 crianças que participavam de um acampamento de verão no sul do estado.

O número de mortos tem sido atualizado constantemente à medida em que novos corpos são localizados. Helicópteros e drones estão sendo utilizados nas buscas, e a Guarda Nacional do Texas, assim como a Guarda Costeira dos Estados Unidos, enviaram reforços.

O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA declarou estado de emergência por inundações para partes do condado de Kerr, localizado na região montanhosa do centro-sul do Texas. As chuvas acumularam em poucas horas uma precipitação de 30 centímetros, o equivalente a um terço da média anual esperada no condado.

Trump nega responsabilidade

Segundo a secretária de Segurança Interna da Casa Branca, Kristi Noem, o alerta de inundação “moderado” emitido na quinta-feira pelo Serviço Nacional de Meteorologia não previu com precisão as chuvas extremas. Ela disse que a Casa Branca está trabalhando para aprimorar o sistema.

Durante todo o fim de semana, moradores se queixaram de não terem sido alertados com antecedência suficiente sobre os riscos das enchentes, que já causaram dezenas de mortes.

Apesar da Casa Branca reconhecer o próprio erro, o presidente Donald Trump negou qualquer ligação entre os cortes orçamentários nos serviços meteorológicos nacionais e o número de vítimas. “Não acredito nisso”, comentou, ao responder uma pergunta sobre a necessidade de recontratar uma parte do pessoal demitido pelos cortes.

O republicano é alvo de processos judiciais por seus cortes orçamentários e seu negacionismo climático.

850 resgatados

Até a noite do sábado, autoridades haviam confirmado o resgate de mais de 850 pessoas. No domingo, familiares foram autorizados a ir até o local do Camp Mystic, um acampamento que reunia centenas de crianças e jovens, para auxiliar nas buscas.

O rio Llano, que passa pelo condado vizinho de Mason, também atingiu nível de inundação, configurando “uma situação de risco de vida”, segundo o serviço meteorológico.

Risco de novas enchentes

Com mais chuvas previstas na região, o vice-governador do Texas, Dan Patrick, alertou que o risco de novas enchentes repentinas continua.

Equipes da Guarda Costeira dos EUA e da Agência Federal de Gestão de Emergências foram mobilizadas para apoiar as autoridades locais na resposta à crise, disseram os oficiais.

Em junho, dez pessoas morreram na região devido a enchentes repentinas causadas por chuvas torrenciais.

Chuvas torrenciais como as que caíram no Texas estão se tornando mais comuns ao redor do mundo por causa das mudanças climáticas, já que a atmosfera mais aquecida retém mais umidade. No Texas, o número de dias de chuva ou neve intensa aumentou 20% desde 1900, e os dias de calor intenso devem subir 10% ao longo dos próximos dez anos.

Declaração de emergência

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou no domingo uma declaração de emergência por desastre natural para lidar com as inundações no Texas e permitir a ativação da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema) na área.

Trump disse que não se deslocou rapidamente ao Texas para não atrapalhar os trabalhos de emergência, e sugeriu que viajará à área devastada na próxima sexta-feira. Ao ser questionado sobre os planos de seu governo de acabar com a Fema, Trump disse que não era o momento de falar sobre isso.

A administração Trump anunciou planos para cortar e eliminar gradualmente o financiamento federal para a Fema, com o objetivo de transferir as competências para os estados no que se refere à resposta a desastres naturais após a temporada de furacões de 2025.

De fato, a secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem, já confirmou o cancelamento – com cortes que somam quase 4 bilhões de dólares – de dois programas importantes da Fema, o de Construção de Infraestrutura e Comunidades Resilientes (BRIC) e o de Assistência para a Mitigação de Inundações (FMA).

(Com informações de DW, RFI, Reuters, AFP, AP, ots)



Fonte ==> Casa Branca

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