A Força Aérea Brasileira (FAB) reduziu a operação de aviões utilizados para o transporte de ministros e autoridades por falta de dinheiro após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) bloquear R$ 2,6 bilhões do orçamento do Ministério da Defesa.
De acordo com uma apuração publicada nesta quarta (25) pela Folha de S. Paulo, sete dos dez aviões para uso oficial estão parados por falta de combustível e de manutenção. Apenas três seguem em operação.
Em nota, a Força Aérea confirmou que “as restrições orçamentárias ora enfrentadas impactam não apenas o reabastecimento das aeronaves, mas todo o ciclo de operação e manutenção da frota”.
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Ainda segundo a FAB, esses efeitos “incluem limitações na aquisição de lubrificantes, peças de reposição e na realização de reparos em motores, o que compromete a plena disponibilidade dos meios, trazendo dificuldades ao cumprimento da missão”.
Segundo a apuração, a menor quantidade de aviões em operação está levando ministros e autoridades a utilizarem voos comerciais para se deslocarem. A legislação permite que titulares de pastas estratégicas como Justiça, Fazenda, Casa Civil e Defesa, tenham preferência no uso dos jatos.
Também estão no topo da lista os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF). Já os demais ministros precisam aguardar a disponibilidade de uma aeronave — o que tem se tornado cada vez mais raro segundo a apuração.
Este cenário pode ficar ainda mais crítico com a derrubada, na quarta (25), do decreto que tratava do aumento do IOF pelo Congresso, numa derrota do governo para aumentar as receitas. Com isso, se estima que haverá um novo bloqueio orçamentário em torno de R$ 10 bilhões.
“Sabemos que é, sim, uma derrota para o governo, mas foi construída a várias mãos. Porque a Câmara deu uma votação expressiva, o Senado daria também uma votação expressiva. Acho que agora é hora de conversarmos mais e construirmos as convergências necessárias para o Brasil. Nós mais ajudamos o governo do que atrapalhamos. Acho que nós só ajudamos e, em alguns pontos como esse, nós divergimos”, disse o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) após a votação.
Lula e o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, terão uma reunião nesta quinta (26), às 9h30, para discutir o que será feito daqui para a frente tanto na relação do governo com o Congresso como de novas medidas para cumprir as regras do arcabouço fiscal neste ano.
Fonte ==> Gazeta