Já sabemos que as árvores são verdadeiras máquinas ambientais. Quando reunidas em enormes florestas, em regiões quentes e úmidas, como na Amazônia sul-americana, na América Central e Caribe, África e Ásia funcionam como o pulmão e o coração de todo o planeta, beneficiando também os países ricos do norte.
Elas ocupam aproximadamente 14% de toda a superfície terrestre, são as mais extensas do mundo (representam em torno de 45% de todas as florestas), sendo cruciais para para a biodiversidade planetária ao abrigarem mais da metade dos seres vivos, além de regularem o clima (pulmão) e “bombearem” água (coração) através das chuvas a todas as regiões.
Registre-se que as demais florestas também são muito relevantes, todas com ampla biodiversidade e essenciais para o clima e a qualidade de vida do planeta. E devem ser preservadas e ampliadas muito, inclusive nos meios urbanos, como fez Medellin, na Colômbia.
Para citar: (i) Boreais (27%) ocupam todo o gelado hemisfério norte; (ii) Temperadas (16%), situadas em regiões com a 4 estações bem definidas, na América do Norte, Europa, América do Sul e Oceania; (iii) Subtropicais (11%), desenvolvem-se em terras férteis pela decomposição de galhos e folhas, como as nossas Mata Atlântida e Mata Araucária (pinheiros), sudeste da Ásia e leste dos EUA.
A china também possui grandes florestas temperadas, boreais e subtropicais. E desenvolve amplos programas de reflorestamento.
A Amazônia brasileira é 62% das florestas tropicais sul-americanas e 40% das mundiais.
As florestas tropicais estão localizadas em sua maior parte na mata amazônica sulamericana. A Amazônia brasileira representa 62% destas matas na América do Sul e 40% em todo o mundo. Na américa do Sul, além do Brasil, estão presentes na Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. Também presentes na América Central e Caribe, na Costa Rica, Panamá e Cuba; na África no Congo, Angola, Moçambique, Madagascar, Costa do Marfim, Guiné, Libéria e Nigéria; na Ásia encontramos na Indonésia, Malásia, Índia, Camboja, Mianmar, Filipinas, Sri Lanka e Papua-Nova Guiné.
Como vemos estão localizadas em países do chamado Terceiro Mundo ou em desenvolvimento, mas são vitais para todo o planeta.
Presidente Lula lançou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre
A importância das florestas tropicais é bem conhecida pelos países integrantes das COPs. Há tempo, os países onde se localizam requerem ser auxiliados nas suas recuperação e manutenção. O presidente Lula, ao ensejo da realização da COP 30 na floresta tropical amazônica, muito apropriada e oportunamente lançou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, com a sigla TFFF – Tropical Forests Fund Forever, em inglês.
Este fundo foi organizado pela Fazenda Brasileira, possui a lógica do mercado financeiro e é administrado pelo Banco Mundial, ao gosto dos grandes países capitalistas. Deverá ter um capital inicial de US$ 25 bilhões que os países poderão formar com suas reservas cambiais. O Banco Mundial aplicará estes recursos em projetos rentáveis. Os seus rendimentos serão então aplicados na conservação das florestas tropicais “para sempre”, como é necessário.
O Brasil precisa zerar as queimadas e derrubadas o quanto antes
O Brasil ainda possui uma dívida grande a resolver em sua floresta tropical amazônica, bem como nos demais biomas, uma vez que as queimadas, derrubadas e outras degradações são as maiores geradoras de gases de efeito estufa (GEEs) do Brasil, algo em torno de 40% do total, superiores aos gerados na agricultura e pastoreio e com os combustíveis fósseis.
Para realizar projetos de proteção ambiental, desenvolvimento sustentável e melhoria da qualidade de vida na Amazônia existe desde 2008 o Fundo Amazônia, coordenado pelo MMA – Ministério do Meio Ambiente – e gerido pelo BNDES. É o maior mecanismo mundial para redução de emissões por desmatamento e degradação florestal. Na COP30 a UE – União Europeia – realizou a doação de 20 milhões de euros, o equivalente a R$ 124 milhões a este Fundo.
O Brasil ratificou o seu compromisso de zerar as queimadas e derrubadas na Amazônia até 2030, aspecto que tem avançado nos anos recentes. Ganharíamos todos se isto acontecesse antes, o tema poderia ser tratado como de segurança nacional, como merece.
Nossa arborização urbana também é deficiente
Outro aspecto deficiente no Brasil é o da arborização urbana, grande parte das cidades possuindo menos de 12m² por habitante, o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Durante o ano de 2025 foi realizado pelo MMA, um amplo processo, envolvendo principalmente as prefeituras, com previsão de lançamento na COP30, do PLANAU – Plano Nacional de Arborização Urbana -, o que ocorreu no dia 13/11/25. Este Plano prevê que, no mínimo, haja 3 árvores em cada rua, e que ocorra um aumento de 360 mil hectares de áreas verdes nas cidades brasileiras. Mais uma vez cabe citar o exemplo de Medellin com seus 30 corredores verdes e ampliação em andamento.
As florestas tropicais ampliam a fotossíntese e geram os rios voadores
Nas florestas tropicais, úmidas e quentes, a fotossíntese é fortemente ampliada. A energia deste processo é o calor solar, absorvido em parte pelas plantas, equilibrando o clima no planeta. Com a sua sombra ainda melhoram mais o clima local. Captam o maior GEE do planeta que é o CO2 (dióxido de carbono) e o processam com água, incorporando o carbono e liberando o O2 (oxigênio), melhorando a qualidade do ar.
As florestas tropicais também são formadoras dos essenciais “rios voadores”, blocos de nuvens que os ventos deslocam para outras regiões, onde são descarregadas em chuvas.
As florestas incorporam a umidade e as chuvas vindas dos oceanos, a seguir, com o calor, realizam a evapotranspiração, formando o bloco de nuvens.
A Amazônia brasileira forma as chuvas que ocorrem em outras regiões, ao sul, na América do Sul, em especial no populoso sudeste brasileiro. As derrubadas e queimadas, além de reduzirem a quantidade de árvores trabalhando, também deslocam parte destes blocos de nuvens para o oceano e outras regiões, onde causam alagamentos, enquanto geram secas nas regiões para, em condições normais, teriam sido deslocadas. Não por acaso tem ocorrido secas frequentes em São Paulo e no restante do sudeste.
**Este é um artigo de opinião e não representa necessariamente a linha editorial do Brasil do Fato.
Fonte ==> Brasil de Fato

