25 de novembro de 2025

Franchising e desenvolvimento local o papel das franquias na transformação econômica e na inclusão produtiva no Brasil

O franchising brasileiro tem se consolidado como um dos principais motores de inclusão econômica e desenvolvimento regional no país. Mais do que um modelo de expansão de marcas, o sistema se tornou uma ferramenta estratégica de geração de renda, profissionalização do empreendedorismo e descentralização econômica.

De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor reúne mais de 190 mil operações em funcionamento e já responde por cerca de 2,7% do PIB nacional. O avanço do modelo, que cresce acima da média do varejo tradicional, tem ampliado a presença de grandes marcas em cidades médias e pequenas, levando oportunidades de trabalho e investimento para além dos grandes centros urbanos.

Para a administradora e especialista em franchising Marcelle Miranda, com mais de duas décadas de experiência no setor, esse é um dos maiores méritos do sistema: “As franquias democratizaram o acesso ao empreendedorismo. Elas permitem que pessoas com pouco conhecimento em gestão tenham acesso a um modelo pronto, com treinamento, suporte e acompanhamento. É um processo que forma empresários e fortalece economias locais.”

Marcelle observa que o franchising também desempenha um papel importante na educação empreendedora. Redes estruturadas exigem padronização, metodologia e comprometimento com indicadores — fatores que elevam o nível de profissionalização das pequenas e médias empresas no país. “O franqueado passa a ter uma mentalidade mais empresarial. Aprende a controlar custos, acompanhar resultados e liderar equipes. Isso gera um efeito multiplicador, porque essas habilidades se espalham pela comunidade e estimulam novos negócios”, explica.

O impacto social do franchising é expressivo. Segundo a ABF, o setor é um dos maiores empregadores formais do país, e 75% das redes atuam em cidades fora das capitais. Essa capilaridade cria uma cadeia produtiva regional que envolve transporte, fornecedores locais, prestadores de serviço e comércio de apoio. Em regiões de menor dinamismo econômico, a chegada de uma franquia pode representar um ponto de virada. “Cada nova unidade que se instala em uma cidade movimenta toda a economia ao redor. Gera empregos diretos e indiretos, amplia o consumo e, principalmente, estimula o sentimento de pertencimento e progresso na comunidade”, avalia Marcelle.

O modelo também tem atraído empreendedores de primeira viagem, que encontram nas franquias uma alternativa segura e escalável para investir. Dados recentes apontam que quase metade dos franqueados brasileiros está abrindo seu primeiro negócio, impulsionando um ciclo de crescimento sustentável. “O franchising tem um DNA de inclusão. Ele acolhe perfis diversos e dá a cada empreendedor a chance de crescer dentro de uma estrutura sólida”, observa a especialista.

Nos últimos anos, o movimento de interiorização das franquias ganhou força, impulsionado pelo avanço tecnológico e pela descentralização do consumo. Cidades de médio porte se tornaram polos de expansão, e novas oportunidades surgem também em regiões com economia baseada no agronegócio, no turismo e na indústria de transformação. Esse fenômeno é acompanhado por políticas locais que incentivam a instalação de novas unidades franqueadas, gerando arrecadação e empregos.

Marcelle Miranda

Outro ponto que vem se destacando é o fortalecimento da liderança feminina dentro do franchising. A ABF estima que quase 45% das redes brasileiras já têm mulheres em cargos de decisão, e o número de empreendedoras franqueadas cresce ano após ano. Marcelle, que atua há mais de 20 anos no setor e já liderou a formatação e expansão de grandes redes, como a First Class, acredita que o equilíbrio entre técnica e empatia tem sido um diferencial no crescimento das empresas. “As mulheres têm uma capacidade natural de gestão humana e de escuta, que são fundamentais para o franchising. O sucesso de uma rede está na capacidade de cuidar das pessoas, sejam franqueados, colaboradores ou clientes”, comenta.

Além de promover inclusão e oportunidades, o franchising tem mostrado força também na profissionalização do comércio local. Redes estruturadas exigem padrões de qualidade e atendimento, o que eleva o nível do varejo como um todo e cria referências positivas para o consumidor. “O franchising é um vetor de cultura empresarial. Onde ele chega, leva processos, inovação e visão de longo prazo”, explica Marcelle.

Com uma base sólida e em constante evolução, o franchising brasileiro caminha para consolidar-se como um dos principais instrumentos de desenvolvimento econômico do país. Sua capacidade de integrar regiões, gerar empregos e capacitar pessoas o coloca como um modelo que não apenas cresce, mas faz o Brasil crescer junto.

“O futuro do franchising é social e regional. As redes que compreenderem o papel transformador que têm nas comunidades continuarão crescendo de forma sustentável e humana. O sucesso de uma franquia é, na verdade, o sucesso coletivo de todos os que crescem com ela”, conclui Marcelle Miranda.

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