A gestão hospitalar no Brasil enfrenta constantemente uma série de desafios complexos que vão desde recursos financeiros escassos até a sobrecarga das estruturas de saúde pública e privada
Segundo dados recentes divulgados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), aproximadamente 58% dos hospitais públicos brasileiros enfrentam problemas significativos relacionados à superlotação, gestão de recursos insuficientes e déficit crônico de profissionais especializados.
Essas dificuldades são exacerbadas pela alta demanda, particularmente em hospitais públicos e filantrópicos, onde o fluxo constante de pacientes e a necessidade de giro rápido dos leitos são fatores críticos. Um levantamento recente do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou que o tempo médio de permanência hospitalar no Brasil é significativamente maior do que em outros países com sistemas de saúde semelhantes, aumentando os custos operacionais e dificultando o acesso universal aos serviços de saúde.
Em resposta a esses desafios, estratégias inovadoras vêm sendo implementadas por profissionais experientes, como a enfermeira e especialista em gestão hospitalar, Angélica Marques Franco Silva. Durante sua atuação como chefe de serviço de enfermagem no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), em Brasília, Angélica enfrentou diretamente esses desafios. Implementando iniciativas estratégicas e colaborativas, ela conseguiu reduzir em 56% o tempo médio de permanência hospitalar, melhorando o giro dos leitos e, consequentemente, ampliando o acesso dos pacientes ao atendimento hospitalar.
“Um dos grandes desafios é justamente lidar com recursos limitados e alta demanda simultaneamente. Precisamos pensar estrategicamente, priorizando ações que otimizem nossos recursos disponíveis. É essencial desenvolver processos internos claros e eficientes, garantindo que cada recurso, seja ele humano ou material, seja aproveitado ao máximo”, destaca Angélica.
Outro desafio constante destacado por gestores hospitalares é a dificuldade na integração e comunicação das equipes multidisciplinares, fator que pode comprometer a eficiência do atendimento e a segurança do paciente. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que mais de 40% dos hospitais brasileiros ainda possuem dificuldades significativas relacionadas à comunicação interna, impactando diretamente a qualidade do atendimento prestado.
Angélica destaca também a necessidade da adoção de sistemas informatizados robustos, que permitam monitorar indicadores assistenciais e operacionais em tempo real. “A gestão baseada em dados é essencial para identificar rapidamente os gargalos e agir preventivamente, antes que se tornem problemas maiores”, reforça.
Além disso, a formação continuada dos profissionais é um fator crítico para lidar com esses desafios de forma eficaz. Investimentos em treinamento contínuo, capacitação técnica e desenvolvimento de habilidades gerenciais são fundamentais para garantir que equipes estejam preparadas para enfrentar a complexidade da gestão hospitalar moderna.
O cenário de gestão hospitalar no Brasil demanda uma abordagem multidimensional, onde estratégias inovadoras, liderança eficaz e comprometimento constante com a melhoria da qualidade do serviço sejam adotados como pilares fundamentais. Profissionais como Angélica Marques Franco Silva exemplificam como essas estratégias podem transformar desafios em oportunidades de crescimento e melhoria contínua, garantindo um atendimento de qualidade e maior eficiência na gestão hospitalar.