As novas tarifas norte-americanas de 25% sobre a importação de aço e alumínio começam a valer nesta quarta-feira 12 – com impactos diretos sobre o setor exportador brasileiro –, mas, por ora, o governo Lula (PT) vai tentar a conciliação e não cogita retaliar as medidas do governo Donald Trump.
“O presidente Lula falou para termos muita calma nessa hora”, disse nesta quarta-feira 12 o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Nós já negociamos outras vezes em condições até muito mais desfavoráveis do que essa”, indicou o chefe da equipe econômica. Segundo ele, há uma orientação direta de Lula para que o País não busque retaliar o governo norte-americano.
A linha de frente das negociações com o Washington é coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço (Mdic), liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). A pasta deverá receber uma nota técnica da Fazenda sobre o assunto.
Essa nota deve se basear em propostas apresentadas pelo setor de aço do País, cujos representantes se reuniram com Haddad na manhã desta quarta-feira 12. O encontro contou com a participação de nomes ligados ao Instituto Aço Brasil e das empresas Gerdau e ArcelorMittal.
Segundo Haddad, os argumentos apresentados pelo setor são “muito consistentes”, mas não deu detalhes sobre quais medidas podem ser adotadas para conter os efeitos das tarifas norte-americanas.
“O setor do aço pede providências, tanto em relação às importações, quanto às exportações. Obviamente que a estratégia não pode ser a mesma em um caso e em outro, porque, no caso das exportações, envolve uma negociação; no caso das importações, envolve uma defesa mais unilateral”, afirmou o ministro.
Indiretamente, Haddad se somou ao alerta já feito por analistas da economia norte-americana de que a subida das tarifas pode levar a um cenário de inflação nos EUA.
O ministro da Fazenda reconheceu que a taxação sobre aço e alumínio “gera repercussão também para a inflação americana, embora esteja sendo contratada uma redução dos juros para este ano” nos EUA.
Haddad acredita que os EUA “não vão ficar parados” diante do risco de uma eventual recessão econômica. “Vamos acompanhar como é que também vai ser a reação deles a essa perspectiva”, disse o ministro. Menos afeito à moderação, Trump, por sua vez, disse na última terça-feira 10 que “não vê nenhuma recessão” nos EUA e que a economia norte-americana “vai bombar”.
Fonte ==> Casa Branca