A Justiça do Ceará condenou o assessor de investimentos Israel Leal Bandeira Neto, de 42 anos, a pagar uma indenização de R$ 100 mil a uma nutricionista que foi alvo de importunação sexual.

Em fevereiro do ano passado, Israel apalpou as nádegas da nutricionista no momento em ela deixava o elevador de um prédio comercial. O caso ganhou repercussão nacional no mês seguinte com a viralização das imagens na internet. No vídeo é possível ver que, enquanto a jovem gesticula reclamando, ele aperta o botão para fechar a porta.

Na ação, a nutricionista afirma ter sido vítima de uma conduta “covarde” e “desprezível” e que se sente humilhada. A jovem havia pedido uma indenização de R$ 300 mil “em caráter pedagógico e punitivo para para desestimular condutas semelhantes”.

A juíza Lucimeire Costa, ao condenar o assessor no mês passado, afirmou que ele violou a dignidade sexual da vítima, causando-lhe “constrangimento, humilhação e abalo psicológico”, mas estabeleceu a indenização em R$ 100 mil, valor que será ainda acrescido de juros desde a data dos fatos.

Além do processo cível, ele é réu em uma ação criminal, que tramita sob segredo de justiça. Israel responde ainda a uma segunda denúncia de assédio, feita por duas mulheres que dizem terem sido apalpadas em dezembro de 2022 (mãe e filha). Ele nega.

Israel já recorreu da condenação do caso da nutricionista. Na defesa apresentada à Justiça, ele disse estar “profundamente arrependido”, mas afirmou que “o fato tomou uma conotação absurdamente desproporcional”, citando ter sido demitido do seu emprego e sofrido “gravíssimas ameaças”.

“Há em curso um verdadeiro linchamento virtual”, afirmaram às Justiça os advogados Bruno Oliveira e Jamylle Rodrigues, que os representam.

Segundo o assessor, o valor da condenação é “desproporcional e exorbitante”. Ele citou estar desempregado e sem possibilidade de retorno ao mercado de trabalho por conta da repercussão que o caso ganhou, sendo “provedor da esposa e de duas filhas crianças”.

O recurso não tem data para ser julgado.