24 de abril de 2025

Ilê Asè Omidewá promove segunda roda de conversa neste sábado (5), na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre (RS) – Brasil de Fato

Neste sábado (5), das 14h às 16h, o Ilê Asè Omidewá, localizado na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre (RS), fará a segunda roda de conversa do projeto Ilê Axè Omidewá – A História de um terreiro assentado na Lomba do Pinheiro.

A iniciativa propõe um mergulho na história e nas tradições do terreiro, resgatando saberes ancestrais através da oralidade. O convite é aberto a todos e todas, filhos e filhas da casa ou interessados e interessadas no tema, para se unirem a essa troca de saberes. O encontro contará com acessibilidade em libras.

Esse segundo bate-papo traz como tema da conversa Nzâmbi – que representa as forças que nos cercam e que também estão dentro de nós, como parte do universo. Para o povo Bakongo, Nzâmbi é uma força enorme e poderosa que criou a vida, e, com ela, trouxe o bem e o mal, o bom e o ruim, o doce e o amargo. Para os mutuns (integrantes da comunidade), Nzâmbiampúngu ou o Altíssimo Nzâmbi está presente em todos os momentos, sendo chamado de hoje, ontem e amanhã.

Mas será que Nzâmbi tem um endereço, um lugar onde vive, como uma casa ou até um CEP? Sua natureza divina seria parecida com a do deus cristão, ou existem diferenças entre essas crenças? Essas e outras questões serão discutidas pela Iyalorixá Bete Omidewá, liderança do terreiro e guardiã da sabedoria ancestral.

Encontro tem entrada gratuita e será das 14h às 16h. Mais duas rodas de conversa ocorrerão em 12 e 19 de abril – Divulgação

As rodas de conversa (quatro no total) se antecipam ao lançamento de um podcast com 16 episódios. O programa vai contar a história desse terreiro amefricano, a partir de narrativas de natureza literária assentadas em tradição oral. Com duração média de 30 minutos, os episódios estarão disponíveis, em breve, no site do projeto e no Youtube, com histórias, memórias e reflexões sobre o legado cultural e espiritual do terreiro.

“As Áfricas imprimem toda sua tradição e constituem, com outras tradições, o que Lélia Gonzáles chama de Améfrica. Por isso, gosto de falar a língua das ancestrais e afirmar que o Ilê Asé Omidewá é um terreiro amefricano cujas fontes de existência, permanência e recriação nascem de culturas tradicionais guaranis, iorubás e especialmente bantus”, explica a Iyalorixá Bete Omidewá.

Segundo ela, neste momento de invenção e resgate da oralidade ancestral por meio de um podcast, entendeu que seria o tempo de falar mais, ingressar mais nessa tradição geralmente esquecida, que é a bantu ou banta, uma das primeiras a imprimir algo da africanidade no Rio Grande do Sul. “Nzâmbi, tema da nossa segunda roda de conversa, integra com toda sua força o pluriverso bantu e, de uma forma ou outra, nossas comunidades, dizendo, com sua altíssima voz, que caminhos nos serão mais suaves.”

Os próximos encontros ocorrerão em 12 e 19 de abril, sempre das 14h às 16h, na Rua Humberto Cadaval, 212, bairro Lomba do Pinheiro, zona leste de Porto Alegre (RS).

A realização é da Organização Religiosa e Cultural Ilê Asè Omidewá, com financiamento da Lei Complementar nº 195/2022, Lei Paulo Gustavo, por meio do Ministério da Cultura e da Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul.

A direção geral é da escritora Eliane Marques, autora de Louças de Família, que recebeu o Prêmio São Paulo de Literatura 2024. Ela é autora dos roteiros literários escritos a partir de conversas com as matriarcas da comunidade. A produção e gestão cultural são de Silvia Abreu e as entrevistas e assistência de produção são de Abraão Picoli de Lucena, Baba kekere.

Serviço

Roda de Conversa sob o tema “Renasce a Nação de Nzâmbi no Ilê Axé Omidewá”

Data: Sábado (5), das 14h às 16h

Local: Ilê Asè Omidewá | Rua Humberto Cadaval, 212, bairro Lomba do Pinheiro, Porto Alegre-RS

Entrada franca

Recomendação etária: 14 anos





Fonte ==> Brasil de Fato

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