Hoje trago uma reflexão pensando minha própria realidade e o momento que vive a política brasileira e o Congresso Nacional. Atualmente, vivendo na Terra Indígena Jaraguá, em São Paulo, me deparo com o abandono e a omissão do Estado na cidade mais rica do Brasil. A Aldeia Yvy Porã, na TI Jaraguá, há dias enfrenta a falta de luz. Em tempos frios nos quais a energia para os chuveiros dos banheiros comunitários é essencial para a comunidade, principalmente para os bebês de colo e idosos que vivem na aldeia. Além da água que é constantemente interrompida pela Sabesp. Deixando a comunidade indígena sem energia e água, dois bens essenciais para a vida.

Manter a floresta viva, não é apenas plantar árvores, mas manter o povo que protege a floresta vivo. O povo Guarani do Jaraguá protege o pouco de remanescente da Mata Atlântica na maior metrópole da América do Sul. Uma mata preciosa não só para o povo indígena, mas para o clima e para todo o Brasil. Não só pela Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP30) que se aproxima, mas por não podermos mais negar a necessidade de cuidar da nossa natureza para um futuro habitável e com bem viver. O bem viver falado pelos povos indígenas é viver em harmonia com a natureza e com os outros, com reciprocidade, solidariedade e respeito mútuo. É necessário proteger o que ainda resta deste bioma. Buscamos o bem viver e a proteção de nossas florestas e nascentes, mas ainda temos que lutar pelo mínimo.

Falta um saneamento planejado e estruturado nas aldeias. Uma cidade tão rica com algo tão importante a proteger que são os nossos biomas poderia estruturar e apoiar suas comunidades indígenas de tantas maneiras, inclusive com placas solares, pensando em sustentabilidade.

No entanto, enquanto isso, o Congresso aumenta a conta de luz da população brasileira. Na terça-feira, o centrão e a extrema direita votaram e decidiram que, pelos próximos 25 anos, os brasileiros vão pagar R$ 197 BILHÕES a mais na energia.

O Congresso derrubou os vetos do presidente Lula à Lei das Eólicas Offshore, o que acarretara um custo adicional de R$ 197 bilhões aos consumidores ao longo de 25 anos e um aumento de 3,5% nas contas de luz. A decisão teve ampla maioria entre os parlamentares. A Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) levantou preocupações sobre a inconstitucionalidade da medida e seu impacto financeiro significativo.

Esse aumento vai direto para o bolso do consumidor e como diz a deputada Erika Hilton “vai direto pro cálculo da inflação pra, lá na frente, quem aprovou esse absurdo colocar a culpa no Lula, que tinha tentado justamente vetar mais essa nojeira vinda do Congresso”. No mesmo dia, eles ainda aumentaram o Fundo Partidário para R$ 1,3 BILHÃO.

Além da proposta que aumenta o número de deputados de 513 para 531 aprovada na Câmara, e eles planejam aprovar no Senado para estrangular o orçamento do Governo gastando o dinheiro com emendas parlamentares e para atacar ainda mais nossos direitos.

A conta de luz, nossos impostos, servindo para enriquecer meia dúzia de empresários enquanto o povo ainda busca o básico!