O avanço dos marketplaces no e-commerce tem pressionado marcas de grande porte a reverem suas estratégias nesses canais.
De acordo com o relatório Retail X Top500 Brands, em 2024, empresas de grande porte representavam 31% do Top1000 do comércio eletrônico europeu.
Enquanto isso, os marketplaces alcançaram 26% de participação.
Essa mesma tendência também se confirma no Brasil e em outros mercados da América Latina.
Segundo Juliana Vital, diretora global de receita da Nubimetrics, as empresas precisam compreender a estrutura das plataformas.
Isso é necessário para melhorar a performance de produtos e otimizar a visibilidade das lojas oficiais.
Além disso, ações como ajustes de catálogo, atualização de preços e planejamento de lançamentos devem fazer parte da rotina das marcas.
Com base nessa análise, a executiva destaca quatro obstáculos frequentes enfrentados pelas marcas nos marketplaces.
Ela também aponta caminhos para enfrentá-los com apoio de tecnologia.
Entenda o funcionamento das plataformas
O primeiro desafio está relacionado ao domínio técnico das plataformas.
Cada categoria de produto tem comportamento diferente.
Por isso, acompanhar esses padrões ajuda a definir estratégias de crescimento.
Além disso, é preciso identificar onde está a demanda e qual é o perfil dos compradores.
Também é importante entender quais tendências estão surgindo no setor.
Essas tarefas exigem análise constante de dados.
De acordo com Juliana, soluções personalizadas ajudam a definir metas e ampliar o alcance dos produtos.
Essas decisões precisam ser tomadas com base em dados confiáveis.
Monitore a concorrência e o posicionamento
Outro ponto citado é a necessidade de acompanhar o desempenho dos concorrentes.
Dados da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) mostram que os marketplaces responderam por 78% das vendas online no Brasil nos últimos anos.
Em 2023, o faturamento desse canal somou R$ 203,4 bilhões.
Diante desse cenário, a análise do market share se torna uma ferramenta importante.
A empresa precisa observar quais produtos estão vendendo mais e como o público avalia os itens.
Também é necessário acompanhar a performance das lojas oficiais.
Juliana explica que a Nubimetrics utiliza algoritmos de inteligência artificial para gerar relatórios com dados históricos, atuais e preditivos.
Esses dados são apresentados em diversos formatos para facilitar a tomada de decisão.
Avalie riscos e identifique oportunidades
O ambiente dos marketplaces muda com frequência.
Por isso, acompanhar novas regras, mudanças no comportamento do consumidor e avanços tecnológicos é necessário para manter a competitividade.
Segundo Juliana, antecipar movimentos do setor permite ajustar operações e melhorar o posicionamento da marca.
Esse movimento pode gerar vantagem sobre concorrentes e abrir espaço para crescimento.
Atue contra preços irregulares e falsificações
A presença de produtos falsificados e a manipulação de preços são problemas recorrentes nos marketplaces.
Dados do Ministério do Consumidor mostram que, na Black Friday de 2023, mais de 20% dos produtos analisados estavam em desacordo com a legislação.
Além disso, 60% das empresas fiscalizadas podem ter adotado práticas de descontos enganosos.
Essas práticas envolvem o aumento dos preços antes da promoção e o retorno ao valor original na data da oferta.
Juliana afirma que o controle sobre essas ações depende da implementação de sistemas de monitoramento.
Também é necessário firmar parcerias com sellers confiáveis e padronizar os preços.
Ela aponta que estratégias de precificação competitiva ajudam a proteger a imagem da marca e reduzir perdas.
Para empresas que atuam no e-commerce, o uso de inteligência de mercado amplia a eficiência das decisões.
O acompanhamento de dados em tempo real e o investimento em tecnologia aumentam as chances de manter um posicionamento consistente em um ambiente digital disputado.
Fonte ==> Casa Branca