26 de dezembro de 2025

Ministro israelense promete assentamentos em Gaza e ‘anexação de fato’ da Cisjordânia

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, reafirmou nesta quinta-feira (25) que colonos judeus poderão se estabelecer no norte da Faixa de Gaza no futuro. E mencionou a política de “anexação de fato” do governo israelense na Cisjordânia ocupada.

As declarações, informa o jornal Haaretz, foram dadas durante uma conferência organizada pelo jornal religioso Makor Rishon. “Na parte norte [de Gaza], será possível estabelecer o Garinei Nahal de forma organizada quando chegar a hora”, disse Katz, ao se referir a um modelo no qual soldados combinam serviço militar com a formação de assentamentos.

Já sobre os territórios ocupados na Cisjordânia, o ministro da Defesa israelense disse que o país ampliará os assentamentos, reforçará bases militares e continuará removendo a população palestina de áreas que classificou como “focos de militância”. Katz denominou a política israelense para a região de “anexação de fato”.

Ele contou ter afirmado durante a inauguração de um assentamento israelense em Beit El, que Israel está “implementando uma política de soberania de fato”. E acrescentou: “é impossível agora, devido às circunstâncias, declarar a anexação”, ao explicar que “anexação de fato significa [retirar] os palestinos dos campos terroristas, estacionar as Forças de Defesa de Israel lá e estabelecer assentamentos.”

A fala de Katz ocorre após a divulgação, nesta quarta-feira (24), de uma declaração assinada por quatorze países condenando a recente aprovação de 19 assentamentos israelenses na Cisjordânia e pedindo ao governo de Israel que reverta a decisão.

“Nós, representantes da Alemanha, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, França, Itália, Irlanda, Islândia, Japão, Malta, Holanda, Noruega e Reino Unido, condenamos a aprovação, pelo gabinete de segurança do governo israelense, do estabelecimento de 19 novos assentamentos na Cisjordânia ocupada. […] Reiteramos nossa clara oposição a qualquer forma de anexação e ao desenvolvimento da política de assentamentos”, diz o texto.

Contradição

O jornal israelense ressalta que após declarar que Israel nunca sairia totalmente da Faixa de Gaza, na última terça-feira (23/12), o ministro da Defesa voltou atrás horas depois, afirmando que o país não pretendia “estabelecer assentamentos” em Gaza.

Na conferência desta quinta, no entanto, ele negou a contradição e reiterou que, na sua visão, desde o início da guerra, haveria no norte de Gaza “um modelo de Garinei Nahal que fosse militar, mas que tivesse significado e que pudesse haver uma yeshiva [instituição de ensino judaica] ali, e outras coisas”.



Fonte ==> Brasil de Fato

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