A partir desta quinta (12), a Mostra de Cinema Coreano leva uma semana de filmes da Coreia do Sul às telas do Reag Belas Artes, cinema de rua paulistano. Ao todo, são 22 longas e curtas, a maioria inédita no Brasil.
A seleção faz um panorama do cinema sul-coreano contemporâneo e retrata temas diversos, como questões de gênero e conflitos entre gerações. “São filmes recentes que refletem diversos aspectos da sociedade da Coreia do Sul”, explica Oh Dong-jin, crítico renomado e responsável pela curadoria deste ano.
Ao mesmo tempo, a programação aborda a luta pela libertação da Coreia do domínio colonial japonês, que completa 80 anos, tema central desta 14ª edição. “Os filmes que abordam esse assunto ajudarão o público brasileiro a compreender de forma mais profunda a história e a identidade sul-coreanas”, diz Oh.
“O Brasil e a Coreia compartilham certas semelhanças políticas e históricas. Recentemente, ambos enfrentaram o risco de regredir para regimes autoritários. Acredito que as trajetórias políticas estão profundamente ligadas às lutas históricas por liberdade e independência”, completa.
A mostra tem início com “A Era da Escuridão” (dia 12, às 19h), que se passa na década de 1920, durante a ocupação japonesa. Um grupo de agentes secretos da resistência coreana recebe a missão de contrabandear explosivos para destruir parte do exército inimigo. No elenco, estão Gong Yoo e Lee Byung-Hun, de “Round 6”, e Song Kang-Ho, de “Parasita”.
O filme é dirigido por Kim Jee-woon, um dos principais cineastas do cinema coreano contemporâneo. Ele vem a São Paulo para a abertura da mostra. Seu trabalho mais recente, “Na Teia da Aranha”, ganha sessão nesta quarta (11), às 19h, e estreia no circuito na quinta (12).
“A Batalha: Em Busca da Vitória” (dia 15, às 18h), de Won Si-yeon, também se passa nos anos 1920 e segue a equipe de um guerrilheiro coreano que precisa transportar fundos essenciais para Xangai e enfrenta militares japoneses na Manchúria. Ainda nesse tema, “O Assassinato” (dia 17, às 18h), de Choi Dong-hoon, é estrelado por Lee Jung-jae, de “Round 6”, e acompanha um combatente da resistência que recruta uma atiradora de elite para assassinar um comandante japonês.
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Entre os destaques, “Sobre Minha Filha” (dia 13, às 20h40) adapta o livro homônimo de Kim Hye-jin. Dirigido por Lee Mi-rang, o longa fala sobre homofobia a partir da relação de uma professora lésbica com sua mãe, com quem volta a morar após dificuldades financeiras.
Outra adaptação para as telas é “Uma Família Normal” (dia 14, às 20h40), de Hur Jin-ho, baseado no livro “O Jantar”, de Herman Koch, sobre o dilema de pais cujos filhos cometem um crime violento. “Regras do Amor na Cidade Grande”, adaptação do livro homônimo, retorna às telas em sessão no dia 19, às 18h.
Cineasta premiada da nova geração, Chun Sun-young também vem ao país para um bate-papo sobre seu novo filme, “Revelação: A Criança de Olhos Fechados”, que encerra o festival, no dia 19, às 19h. Protagonizado por Kim Min-ha, de “Pachinko”, o thriller aborda corrupção policial e pressão da mídia ao retratar a história de uma jovem presa por assassinar um escritor famoso, que exige que sua amiga de infância conduza a investigação.
“Buscamos montar uma seleção diversificada para que o público possa conhecer o cinema e a sociedade contemporâneas sul-coreanas sob diferentes perspectivas”, resume Oh Dong-jin. O curador da mostra participa de um debate sobre a popularização do cinema coreano após a sessão de “12.12: O Dia”, sobre golpe militar de 1979, às 18h do dia 16.
Os ingressos custam R$ 24, à venda no Velox Tickets. A programação completa está no site do Centro Cultural Coreano, responsável pelo evento, que tem apoio da Pandora Filmes.
Fonte ==> Folha SP