A Moura começa a investir em baterias para veículos de passeio eletrificados. A primeira fase do plano chega agora ao mercado, com acumuladores de lítio de 12V e 48V dedicados aos carros híbridos leves.

Nesse caso, a eletricidade ajuda a reduzir a queima de combustível nas partidas e fornece torque extra nas arrancadas, entre outros recursos.

A estratégia da empresa é aumentar a produção de acordo com a demanda das montadoras, que tende a crescer rapidamente em um intervalo de cinco anos. A partir do segundo semestre, o mercado deve receber uma série de lançamentos eletrificados com produção nacional.

“No momento, o nosso foco está em soluções onde a empresa possui domínio tecnológico e capacidade de escalar com excelência operacional, como é o caso dos híbridos leves, um segmento, inclusive, mais alinhado com o perfil do mercado nacional para os próximos anos”, diz Luiz Mello, diretor de armazenamento de energia e eletrificação da Moura.

As novas baterias foram desenvolvidas em meio a um aporte de R$ 1,2 bilhão aplicado para modernização do parque fabril localizado em Belo Jardim (PE), que é o maior polo produtivo de baterias da América do Sul.

Mello afirma que já há contratos de fornecimento firmados com fabricantes de automóveis, mas não pode revelar detalhes. “As nossas tecnologias estão prontas para o mercado e já foram testadas pelas principais montadoras com operação na América do Sul.”

O executivo diz ainda que a divisão de negócios em lítio da Moura estabeleceu parcerias para transferência tecnológica —principalmente com países da Ásia— e firmou acordos comerciais para garantir suprimento contínuo de insumos e componentes.

A empresa já produz acumuladores de maior porte em parceria com a gigante chinesa CATL. Atualmente, essa opção é utilizada no caminhão elétrico Volkswagen E-Delivery.

O passo mais ambicioso é ampliar a produção dessas baterias de lítio de maior capacidade para atender a modelos híbridos plug-in e puramente elétricos, que estão perto de ganhar produção em larga escala no Brasil.

As apostas da empresa se baseiam em estimativas como a feita pela Anfavea (associação das montadoras) em parceria com o BCG (Boston Consulting Group), prevendo que, até 2030, os veículos eletrificados representarão a maior fatia das vendas no Brasil.