18 de abril de 2025

Múcio diz que acionou Bolsonaro para falar com comandantes das Forças Armadas em 2022 – Política – CartaCapital

Múcio diz que acionou Bolsonaro para falar com comandantes das Forças Armadas em 2022 – Política – CartaCapital

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse que precisou falar com o então presidente em fim de mandato Jair Bolsonaro (PL) para ser recebido pelos comandantes das Forças Armadas no período de transição de governo, em 2022.

Entrevistado do programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira 10, Múcio disse que, ao ser indicado para o cargo por Lula, procurou os então chefes da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior; do Exército, Marco Antonio Freire Gomes; e da Marinha, Almir Garnier Santos, mas não foi fácil falar com eles.

“Minha primeira dificuldade foi ser recebido pelos comandantes. Foi quando eu recorri ao presidente Bolsonaro, que estava em Brasília. Foi meu colega de muitos anos”, disse Múcio, ex-deputado federal, lembrando os tempos em que ele e o capitão reformado estavam no Congresso Nacional.

“Eu fui falar com ele [Bolsonaro], disse ‘sou o novo ministro da Defesa, queria que você me ajudasse a fazer uma transição tranquila, vai ser bom para o novo governo, vai ser bom para o seu governo, que está terminando, você me conhece, não sou de criar conflito, criar problema’. Ele telefonou para os três comandantes”, contou Múcio.

Segundo o ministro, após o contato de Bolsonaro, as portas dos gabinetes do comando do Exército e da Aeronáutica foram abertas para que ele entrasse e conversasse. Na Marinha, porém, foi diferente.

“Um não me recebeu em hipótese nenhuma, o comandante da Marinha [Garnier]. Mas teve uma coisa curiosa, ele não foi passar o cargo, a transmissão foi 10h, 11h, mas [depois] ele foi para nosso almoço, com todos juntos. Acho que foi birra política. Não me recebeu em hipótese nenhuma”, relembrou.

Garnier, é bom lembrar, está na lista de indiciados por participação na suposta trama golpista. Segundo investigações da Polícia Federal, ele teve postura diferente das adotadas por Freire Gomes e Baptista Junior em reunião em que Bolsonaro ameaçou consumar um golpe de Estado.

Boa relação

Segundo Múcio, as Forças Armadas têm, relação pacífica, ‘muito boa, diferente da expectativa’ com o atual governo, chefiado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e têm ‘convicção democrática’.

“Os [atuais] comandantes [das Forças] estão sempre com o presidente, o presidente telefona muito para os comandantes, eu gosto muito disso. Trata as coisas com eles. De maneira que eu acho que temos uma reunião muito boa. Precisávamos aproximar mais. A sociedade ter conhecimento do que os militares fazem”, disse, em outro momento da entrevista no Roda Viva.

O ministro da Defesa reconheceu que esteve perto de deixar o governo, mas que mudou de ideia depois de um apelo de Lula, de quem se diz amigo, e decidiu ficar, especialmente em um momento em que ‘a fase mais difícil’ está superada.

“Ele [Lula] disse, ‘Múcio, estamos numa fase difícil, somos amigos, eu sei das suas pretensões, que é estar mais à disposição da família e dos amigos, mas eu preciso que você fique, estamos com alguns desafios, eu não queria abrir mais um problema, e os comandantes militares também não querem’”, relatou.

8 de janeiro

Múcio voltou a defender penas brandas para alguns dos envolvidos nos ataques à Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Para o ministro, a Justiça deve levar em conta o grau de participação dos acusados na hora de definir as penas.

“Tem gente que quebrou uma cadeira, tem gente que armou esse movimento, ou esse golpe. Se for tudo comprovado, que este pague. Se foi um golpe, quem organizou, que pague. E aqueles que tomaram seus ônibus, estavam lá tirando fotos de celular; tem os que entraram quebrando, os que ficaram do lado de fora… Tem todo tipo. Você não pode dar a mesma pena a quem armou, quem financiou, a uma pessoa que foi lá encher um movimento. Foi isso que eu defendi”, resumiu.



Fonte ==> Casa Branca

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