A participação feminina no franchising brasileiro atingiu 57% em 2024, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Pela primeira vez, as mulheres superaram os homens nesse setor. Além disso, a presença feminina em cargos de liderança cresceu, alcançando 30% no ano passado.
Setores mais procurados
Os segmentos de saúde, beleza e bem-estar estão entre os mais escolhidos por empreendedoras.
Essas áreas também figuram entre as que registram maior faturamento no franchising nacional.
Exemplos de negócios liderados por mulheres
Um dos destaques no setor de beleza é o Stylebar, rede de salões criada por Gisela Prochaska e Deborah Paulino.
O conceito de easy beauty trouxe mais praticidade para as clientes, muitas delas também empreendedoras.
Prochaska explica que a aparência influencia negociações. Com a crescente presença feminina no mercado, o tempo para cuidados pessoais se torna escasso. Dessa necessidade surgiu a proposta da rede.
Todas as dez unidades do Stylebar são administradas por mulheres.
A participação feminina se estende à gestão, com Luiza Justus, filha de Gisela, e Bianca e Carolina Paulino, filhas de Deborah, atuando em áreas como marketing e formação de profissionais.
Outro exemplo é a Cuidare Brasil, uma das maiores redes de cuidadores do país.
Liderada por Izabelly Miranda e seu marido, Etevaldo Miranda, a marca viu o número de franqueadas crescer significativamente. Das 70 unidades, 53 têm ao menos uma mulher no quadro societário.
Miranda observa que, desde a pandemia, mais mulheres têm investido no franchising.
Muitas perderam o emprego e optaram por empreender, enquanto outras buscaram maior autonomia na gestão do tempo.
Histórias de pioneirismo
Há mais de 30 anos, a veterinária Monique Rodrigues deixou o emprego para abrir sua própria clínica.
Pouco depois, transformou o negócio na primeira franquia de serviços veterinários do país, a Clinicão.
Em 2024, a rede faturou R$ 4 milhões e projeta dobrar esse valor.
Rodrigues destaca os desafios enfrentados pelas empreendedoras, que acumulam múltiplas funções e lidam com impacto na saúde mental.
Ela acredita que o avanço feminino no franchising reflete resiliência e adaptação ao mercado.
O Sebrae foi um dos pilares na trajetória de Monique, oferecendo capacitação e suporte para expandir a empresa.
Hoje, a Clinicão é referência no setor.
Outro exemplo de sucesso é Elizangela Siqueira, que iniciou sua jornada empreendedora aos 26 anos.
Após algumas tentativas frustradas, fundou em 2017 a Açaí NoKilo, um modelo de self-service que revolucionou o setor na Bahia.
A rede cresceu rapidamente com o modelo de franquias e hoje soma 57 unidades pelo país, faturando mais de R$ 80 milhões por ano.
Para Elizangela, empreender significa liberdade para tomar decisões e construir o próprio futuro.
Fonte ==> Casa Branca