Na madrugada desta quarta-feira (1), um navio realizou manobras perigosas contra os barcos da Flotilha Global Sumud. A embarcação militar já se afastou, afirmaram os ativistas, que seguem viagem em uma zona de alto risco conforme se aproximam da Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária ao povo palestino.
“Um navio militar israelense acaba de cruzar nossos barcos, intimidando-os, danificando nossos sistemas de comunicação e realizando manobras muito perigosas, circulando nossos barcos líderes, ALMA e SIRIUS!”, informou o ativista brasileiro Tiago Ávila nas redes sociais.
“Apesar da perda de dispositivos eletrônicos, ninguém ficou ferido e CONTINUAMOS INDO PARA GAZA para romper o cerco e criar um corredor humanitário!”, complementou.
Eles postaram imagens da aproximação do navio nas redes da Flotilha Global Sumud:
Em comunicado no Telegram, o grupo informou que seus barcos estavam a cerca de 120 milhas náuticas (222 km) da Faixa de Gaza quando “embarcações não identificadas se aproximaram de vários barcos da Flotilha, alguns com as luzes apagadas. Os participantes aplicaram protocolos de segurança para se prepararem para uma intercepção. As embarcações já abandonaram a Flotilha”.
Ainda não está claro quantos navios teriam participado da intimidação. Em meio à tensão, eles se preparam para a interceptação, que não ocorreu. Em junho deste ano, a embarcação Madleen foi interceptada a cerca de 100 milhas náuticas do enclave, enquanto a Handala conseguiu chegar a apenas 57 milhas.
‘Desestabilização psicológica’
A tensão aumentou nos últimos dias com relatos de sobrevoo de drones na rota da flotilha. Os organizadores da flotilha alertaram que entraram em uma “zona de alto risco”, onde missões anteriores foram atacadas. Além das dificuldades técnicas nas comunicações, atribuídas a possíveis interferências, ativistas como Yasmin Agar denunciaram tentativas de “desestabilização psicológica”.
Em entrevista a teleSur, o ativista espanhol Néstor Prieto afirmou: “estamos em máxima alerta. A atividade de drones está aumentando sobre a flotilha” e acrescentou que “foram ativados os protocolos de emergência para a interceptação em todas as embarcações da Flotilha”.
Segundo ele, informações da imprensa israelense sugerem que forças especiais podem ser mobilizadas para tentar “realizar uma interceptação barco por barco”, o que poderia resultar na detenção de cerca de 500 ativistas.
Prieto destacou ainda que a frota, composta por 45 embarcações e quase 500 pessoas de 46 nacionalidades, navega agora sem o apoio das corvetas enviadas por Espanha, Itália e Turquia, que permaneceram fora do perímetro de risco estabelecido entre 150 e 120 milhas náuticas. “Neste momento nos encontramos navegando sozinhos”, afirmou.
Fonte ==> Brasil de Fato