Nem a concorrência de varejistas chinesas ou a crise nas tradicionais companhias brasileiras do setor abalam os planos da Amazon Brasil. De olho em um “bolo crescendo” no e-commerce brasileiro, a gigante americana já planeja investir em novos centros de distribuição nos próximos anos e expandir a oferta de produtos importados em sua plataforma por meio do programa Remessa Conforme para aumentar sua fatia.
Esses movimentos acontecem em meio a uma recuperação extrajudicial nas Casas Bahia (BHIA3) e ainda sob a sombra da crise nas Americanas (AMER3). Apesar disso, para o presidente da Amazon Brasil, o cenário é positivo para o varejo. “As recuperações que aconteceram foram mais uma questão de administração do que sobre endereçar oportunidades”, avalia Daniel Mazini.
Outro tempero é o fortalecimento da presença de gigantes chinesas no Brasil. Além de estreantes como a Temu, a Aliexpress recentemente anunciou sua parceria com a Magalu (MGLU3), para não falar da já estabelecida Shein. “Quanto mais empresas vendendo no e-commerce, para nós é positivo: está aumentando o tamanho desse bolo, botando fermento e crescendo”, diz Mazini, que vê a concorrência com bons olhos.
A própria regulamentação de compras internacionais até R$ 50, sancionada pelo presidente Lula ao final de Junho, é uma má notícia para as chinesas comemorada pela Amazon. Segundo Mazini, “a legislação anterior era muito incerta, muito antiga, que não considerava o e-commerce”; agora, abre-se espaço para maiores investimentos em importações no site da empresa.
Desde 2019, a Amazon expandiu de um para dez o número de centros de distribuição no Brasil, estrutura que deve ser suficiente ao menos até o próximo ano, enquanto analisa onde devem ser erguidas novas estruturas.
No lugar dos gigantes galpões logísticos, por ora o principal investimento em infraestrutura tem sido nas chamadas estações de entregas, onde a empresa é capaz de avaliar a demanda por armazenagem e eventuais investimentos em capex (despesas com estrutura). Daniel Mazini explicou qual é a estratégia da empresa para o Brasil nos próximos anos.