Temos um campeão mundial. Na final entre o PSG, campeão da Champions League, e o Chelsea, que nem disputou a competição pela campanha miserável do ano anterior, deu Chelsea.

Assim, o time inglês terá um distintivo no uniforme até 2029 para mostrar aos outros coleguinhas que ele é o tal melhor do mundo —o PSG poderá ter um distintivo de campeão intercontinental no fim do ano, se quiser.

Inclusive, muito bom esse regulamento do Mundial que permite inscrever jogador no meio da competição, lembra muito o Paulistinha —inesquecível o ano em que Raí desembarca, joga só as finais e levanta o troféu com o São Paulo. E reforça a teoria de que Tico e Teco (que são americanos) fazem o regulamento do Paulistinha há anos. Se bem que, vendo a final de domingo, o Chelsea seria campeão com ou sem João Pedro.

Quem trocou de canal para ver, logo depois do Mundial, a partida entre Corinthians e Red Bull Bragantino, deve ter se questionado sobre a real existência de universos paralelos.

No entanto, a derrota corintiana no minuto final e os três gols do cruzeirense Kaio Jorge, novo artilheiro do Brasileiro, ficaram em segundo plano diante do grande tema futebolístico do fim de semana: a entrevista do professor Filipe Luís, acertando a jugular do atacante Pedro.

Míster Filipe é dos técnicos mais polidos nas coletivas e a cada dois jogos costuma dizer: “Eu não podia pedir mais dos meus jogadores”. Desta vez, porém, chegou ensaiado para expor o comportamento de Pedro, incluindo frases duras, como a atitude “lamentável, [que] beirou o ridículo”.

E o professor estava apoiado pela tecnologia. Dados do GPS mostraram que Pedro esteve em último lugar em todas as atividades de treino durante a semana, o popular corpo mole. Pedro foi traído pelo próprio GPS.

Poucas vezes um jogador deste nível foi exposto desta forma, e tem quem diga que Filipe Luís exagerou no tom. Mas há mais coisas entre o ninho e o urubu do que pode imaginar nossa vã filosofia: não parece que Filipe daria uma entrevista como essa sem o respaldo da diretoria.

E essa não é exatamente a primeira vez que o nome de Pedro aparece em uma polêmica. Sim, o jovem foi vítima quando levou um soco de um preparador físico de Sampaoli. O sopapo, porém, veio porque ele se recusou a treinar com outros reservas depois de um jogo. Também já teve críticas por seu comportamento nos tempos de Rogério Ceni e de Dorival Júnior e censura até do ex-coleguinha David Luiz.

Nesta segunda (14), depois de se reunir com os jogadores (e sem o professor), Pedro se explicou, mas não chegou a pedir desculpas, e depois foi às redes sociais para criticar “tom desrespeitoso” do chefe.

Depois de tanto tempo perguntando se Pedro e Gabigol poderiam jogar juntos, ou se Pedro e Arrascaeta poderiam jogar juntos, a questão agora é se Pedro e Filipe podem continuar juntos. Talvez até possam, mas sem o dedo-duro do GPS.

Round 38 – Dos Cabezas Más

O round 13 nem foi inteiramente completado, e perdemos mais duas cabeças entre os professores que iniciaram o Brasileiro. Thiago Carpini, do Vitória, foi substituído pelo morto-vivo Fábio Carille, que tinha perdido a cabeça no Vasco. Já a outra degola vai deixar saudade: o argentino Juan Pablo Vojvoda teve a cabeça cortada após quatro temporadas. Restam apenas nove sobreviventes: Brasileiros 7 x 2 Estrangeiros. Mas algo me diz que Vojvoda voltará em breve.