Novas 89 famílias de pescadores foram incluídas na lista de beneficiárias de um acordo de compensação financeira pelos danos ambientais e sociais provocados pelo Complexo Industrial e Portuário de Suape, no sul da Região Metropolitana do Recife. Uma dragagem iniciada pelo porto em 2023, com novas etapas em 2024, visando receber embarcações maiores, resultou em prejuízos na pesca artesanal para trabalhadores do setor nas áreas próximas a Suape.
O benefício pago pelo porto é de um salário mínimo e uma cesta básica para cada família. Segundo o balanço patrimonial de Suape referente ao período de julho de 2023 a junho de 2024, o porto obteve lucro líquido de R$ 33 milhões 163,6 mil. Os pagamentos às 89 famílias devem custar ao complexo portuário cerca de R$ 1,9 milhão.
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Sob pressão de associações de pescadores e do Fórum Suape, o novo acordo foi mediado pelo Ministério Público Federal (MPF), através da procuradora da República Mona Lisa Ismail. Uma investigação do órgão apontou que sedimentos dos canais do porto, trazidos para a superfície, afetam os municípios do entorno do complexo portuário, “interagindo efetivamente com ecossistemas e ambientes marinhos e costeiros”, diz o laudo técnico do MPF.
A compensação socioambiental já estava prevista como pré-condição para a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) autorizar a dragagem, mas Suape considerou que o benefício deveria ser pago apenas aos trabalhadores vinculados às colônias de pescadores do Cabo de Santo Agostinho, desconsiderando os demais trabalhadores de regiões vizinhas que pescam na região. Pescadores do Ipojuca chegaram a protestar, trancando a rodovia PE-60, que sai do Cabo até São José da Coroa Grande, no litoral sul do estado, já na fronteira com Alagoas.
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Fonte ==> Brasil de Fato