Portugal não se submete e vence – 08/06/2025 – Juca Kfouri

Um grupo de jogadores da seleção de futebol do Marrocos, vestidos com uniformes laranja e verde, celebra em campo após uma vitória. Eles estão em uma pose de comemoração, com alguns pulando e outros sorrindo. Ao fundo, uma multidão de torcedores pode ser vista, criando um ambiente festivo.

Portugal tem um meio de campo que adoraríamos ter com Vitinha, motorzinho cerebral, Bruno Fernandes e Bernardo Silva, além de Cristiano Ronaldo em vez de…(deixa pra lá).

E a Espanha, além de Pedri na construção, tem pelas pontas Lamine Yamal e Nico Williams, que também nos dão inveja.

Daí a decisão tão boa e equilibrada entre as duas seleções da Península Ibérica pela Liga das Nações.

Noves fora a Argentina, o futebol mudou de armas e bagagens para o Velho Continente.

Com o excepcional Nuno Mendes capaz de neutralizar Yamal, fazer um gol e dar outro para o inextinguível CR7, os do 1 a 1 e 2 a 2, os portugueses não se submeteram à tentativa espanhola de administrar a vantagem.

A inevitável prorrogação serviu como espera do tie-brake, quer dizer, dos pênaltis.

E deu Portugal: 5 a 3!

E AÍ, FIFA?

A seleção do Irã se classificou para a Copa do Mundo na América do Norte.

Os iranianos estão proibidos de entrar nos Estados Unidos, uma das três sedes.

Se a Fifa se curvar poderá marcar os jogos iniciais do Irã para Canadá e México.

E se o Irã surpreender e seguir adiante?

Os atletas têm critérios especiais e serão admitidos, ao contrário dos torcedores.

Como se comportará a Fifa que não mistura política com futebol? Que bane a invasora Rússia e mantém o genocida Estado de Israel?

A Venezuela, cujos habitantes também estão sob restrições, também tem chances de classificação.

Teremos a primeira Copa do Mundo segregacionista, graças ao doidivanas de cabelos alaranjados dos EUA que se impõe sobre o melífluo careca da Fifa?

TÊNIS DE GARRA

Coco Gauff virou sobre Aryna Sabalenka, com muita fibra, e é a grande campeã de Roland Garros, em jogo tenso e de muitos erros —nada menos que 100 não forçados, 30 dela e extravagantes 70 da rival.

A final masculina superou a feminina, em jogo de acertos.

O italiano Jannik Sinner fez 2 a 0 (6/4 e 7/6) e parecia absoluto quando teve de enfrentar a reação espetacular do espanhol Carlos Alcaraz, que empatou (6/4 e 7/6) e forçou o quinto set.

Que jogo! Dane-se o almoço dominical.

Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic têm seus dignos herdeiros. Tomara que João Fonseca seja o terceiro.

Além do mais, os dois jovens deram show de fair play, ao acusar pontos dos adversários e manter absoluto controle emocional, sem ataques de nervos.

O quinto set, neste fim de outono parisiense, começou com Alcaraz, segundo do ranking da ATP, quebrando o serviço do primeiro ranqueado e abrindo 2 a 0.

Sinner pôde empatar 2 a 2, mas não pôde…

Teve duas chances de quebrar o saque e Alcaraz impediu, porque não brinca em serviço, no game de quase 10 minutos.

Na final mais longa do centenário torneio ao superar as 4h42 de 1982, Sinner venceu o que seria o derradeiro set e empatou 5/5.

Que fome, que garra!

Rara leitora, raro leitor, o jogo se recusava a acabar.

O quinto set foi para o terceiro tie-brake!

Um deveria ficar com a taça Roland e o outro com a Garros.

Cinco horas e 29 minutos depois, Alcaraz arrasou: 10 a 2.

A Espanha anda encantada.



Fonte ==> Folha SP

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