20 de abril de 2025

Quem dá mais isenção do IR? – 12/02/2025 – Adriana Fernandes

BRASÍLIA, DF, BRASIL -05/02/2025: (FOTO: Pedro Ladeira/Folhapress)

Os trabalhos do Congresso nem começaram de fato e a disputa em torno do aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda já se transformou num cabo de guerra entre oposição e governo.

A oposição entrou em campo com a apresentação pelo líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), de um projeto de lei que sobe para R$ 10 mil a isenção do Imposto de Renda, retroativamente a partir de janeiro de 2025.

A desoneração proposta pelo PL é o dobro da isenção de R$ 5.000 que Lula anunciou no final do ano passado para vigorar em 2026.

O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro está chamando o governo para a briga, mas não apresentou nenhuma medida de compensação. Uma exigência da legislação brasileira, ignorada pelos parlamentares.

Ao se antecipar ao projeto do governo que ainda não chegou ao Congresso, a intenção do PL é fustigar Lula e o PT e renovar a disputa nas eleições presidenciais de 2018 e 2022, quando os candidatos prometeram a isenção para quem ganha até R$ 5.000.

Uma medida que beneficia a classe média e que os políticos querem ter a paternidade. Bolsonaro não entregou quando foi presidente e Lula quer cumprir a promessa cobrando um imposto mínimo dos milionários no seu terceiro mandato.

No mercado, circula uma tese de que a oposição não vai entregar a isenção para Lula. Não parece ser esse o cenário. Devem aprovar a desoneração. A questão é a forma de compensação. Ninguém tem certeza como ela se dará e se será suficiente para cobrir de forma permanente a perda de arrecadação. No cenário menos custoso, pode gerar uma perda de R$ 35 bilhões por ano.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), diz que só vota o projeto de Lula com compensação, mas já avisou que não há espaço para alta de impostos. Uma contradição com a proposta do governo.

Ninguém duvida em Brasília que a desoneração do IR será o centro dos debates da agenda econômica neste ano do Congresso. Se a compensação não for crível, é mais turbulência à vista.



Fonte ==> Folha SP

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