Nesta quinta-feira (24), o centro do Rio de Janeiro será palco de um ato contra a cassação do deputado federal Glauber Braga (Psol). O partido afirma que o parlamentar tem sofrido uma “perseguição política” por denunciar irregularidades ligadas ao orçamento secreto na Câmara dos Deputados.
Será a primeira vez que o movimento em defesa de Braga ganhará as ruas da capital fluminense. A convocatória para o ato, que ocorre na Cinelândia, a partir das 17h, sustenta a alegação de que “um dos mais combativos deputados está ameaçado por pura perseguição política”.
“O verdadeiro motivo da tentativa de cassação é a ferrenha oposição de Glauber a Arthur Lira [do PP de Alagoas], ex-presidente da Câmara que abriu os cofres do país para gastos públicos sem qualquer transparência. Glauber, assim como nós do Psol, estamos indignados com essa corrupção velada”, afirma o texto do ato no Rio. Lira, por sua vez, tem negado a acusação.
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Movimentos sociais populares e políticos de diferentes siglas que já vinham manifestando apoio ao parlamentar confirmaram presença no ato do Rio de Janeiro nesta quinta (24). Uma grande campanha pública em defesa do mandato recebeu apoio até de alguns parlamentares do campo da direita.
O mandato do parlamentar fluminense é alvo de representação no Conselho de Ética desde abril de 2024, logo após um bate-boca que terminou em agressão física a um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). Na ocasião, o militante de extrema direita xingou a mãe de Braga e o deputado reagiu com empurrões e chutes para expulsá-lo da Câmara.
Na última semana, Braga suspendeu uma greve de fome que já estava no 9º dia após um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que o caso não será submetido ao Plenário da casa em um prazo menor do que 60 dias.
O psolista apresentou recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contra a aprovação do parecer de cassação de seu mandato. Segundo Braga, o processo em questão teria falhas de ordem formal. O relator do processo, deputado Alex Manente (Cidadania-SP), negou o pedido nesta quinta (24).
Para o Psol, a perseguição da Casa contra um deputado de esquerda pode se tornar um perigoso precedente para que outros “parlamentares de luta também percam seus mandatos em outras casas legislativas”.
Fonte ==> Brasil de Fato