10 de agosto de 2025

Robôs dominaram a internet e agora invadem mundo físico – 10/08/2025 – Ronaldo Lemos

A imagem mostra um robô com um rosto humanoide em primeiro plano, feito de material escuro, possivelmente impresso em 3D. Ao fundo, há um robô quadrúpede amarelo, que parece ser um cão robótico, com pernas articuladas. O ambiente é interno, com outras pessoas e objetos desfocados ao fundo.

Uma das promessas não cumpridas da ficção científica é um mundo tomado por robôs em toda parte. Só que agora está prestes a acontecer. Os robôs estão se tornando produto de consumo, com finalidades de auxílio em tarefas do cotidiano, ou ainda, vigilância e proteção patrimonial.

A imagem mais viva que temos dos robôs atualmente são os da empresa norte-americana Boston Dynamics. Por exemplo, o robô quadrúpede chamado Spot. Vídeos dele são sucesso no YouTube, em situações como subindo escadas e pessoas tentando derrubá-lo com chutes e empurrões, sem sucesso.

Outro modelo é o androide Atlas, robô bípede que também aparece em vídeos dançando, lutando boxe e fazendo acrobacias.

Se você quiser adquirir um cão-robô Spot, o preço gira hoje em torno de US$ 75 mil, podendo chegar a US$ 110 mil dependendo dos acessórios incluídos. É um preço proibitivo, que torna sua propagação difícil. Já o androide Atlas não é sequer comercializado hoje.

Corte para 2025. Entra em cena a empresa de robótica chinesa Unitree, fundada em 2016, 11 anos depois de a Boston Dynamics revelar seu primeiro robô. O valor de mercado da empresa já é algo como US$ 1,7 bilhão. A empresa está fazendo com os robôs a mesma coisa que a China fez com os drones: massificando seu uso e barateando seu preço de forma chocante.

Por exemplo, a Unitree tem toda uma linha de cães-robôs, semelhantes ao Spot. O modelo comercial de maior sucesso é o Go2. Um quadrúpede de 15 kg, com autonomia de até quatro horas, que chega à velocidade de 18 km/h. O mais impressionante é o preço: US$ 2.800. Procurando aqui, ele já está sendo vendido no Brasil, importado, por preços médios de R$ 50 mil.

Além disso, a Unitree tem também o seu robô humanoide chamado R1, ao preço de US$ 5.900. Pesando 25 kg e com 1,21 m de altura, o robô faz movimentos de kickboxing com chutes e socos, além de acrobacias. Não encontrei ofertas de venda do R1 no Brasil.

Um outro tipo de robô chamou a atenção recentemente, de nome Lume. Ele não reproduz a imagem de seres vivos, evitando o esqueumorfismo. Ele se parece com uma luminária decorativa, com o corpo formado por hastes de madeira. No topo, um abajur com uma pinça. Ele é posicionado ao lado da cama do quarto. Se você deixa roupas sobre a cama, a luminária (uma de cada lado) dobra as roupas. É um robô com duas aplicações apenas: iluminar e dobrar roupas. O preço é US$ 2.000, mas as entregas só serão feitas em 2026, mediante um depósito de encomenda de US$ 49.

Se ao mundo físico os robôs ainda estão chegando, o mundo virtual eles já dominam: em 2024, pela primeira vez, o tráfego de robôs na internet superou o tráfego humano, com 51% do total (dados da Imperva).

As repercussões da chegada dos robôs são profundas. Dentre elas, mudanças no mercado de trabalho, na segurança, organização social, além de riscos como concentração exacerbada e usos maliciosos. Tema para muitas colunas futuras.


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Fonte ==> Folha SP

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