Uma das promessas não cumpridas da ficção científica é um mundo tomado por robôs em toda parte. Só que agora está prestes a acontecer. Os robôs estão se tornando produto de consumo, com finalidades de auxílio em tarefas do cotidiano, ou ainda, vigilância e proteção patrimonial.
A imagem mais viva que temos dos robôs atualmente são os da empresa norte-americana Boston Dynamics. Por exemplo, o robô quadrúpede chamado Spot. Vídeos dele são sucesso no YouTube, em situações como subindo escadas e pessoas tentando derrubá-lo com chutes e empurrões, sem sucesso.
Outro modelo é o androide Atlas, robô bípede que também aparece em vídeos dançando, lutando boxe e fazendo acrobacias.
Se você quiser adquirir um cão-robô Spot, o preço gira hoje em torno de US$ 75 mil, podendo chegar a US$ 110 mil dependendo dos acessórios incluídos. É um preço proibitivo, que torna sua propagação difícil. Já o androide Atlas não é sequer comercializado hoje.
Corte para 2025. Entra em cena a empresa de robótica chinesa Unitree, fundada em 2016, 11 anos depois de a Boston Dynamics revelar seu primeiro robô. O valor de mercado da empresa já é algo como US$ 1,7 bilhão. A empresa está fazendo com os robôs a mesma coisa que a China fez com os drones: massificando seu uso e barateando seu preço de forma chocante.
Por exemplo, a Unitree tem toda uma linha de cães-robôs, semelhantes ao Spot. O modelo comercial de maior sucesso é o Go2. Um quadrúpede de 15 kg, com autonomia de até quatro horas, que chega à velocidade de 18 km/h. O mais impressionante é o preço: US$ 2.800. Procurando aqui, ele já está sendo vendido no Brasil, importado, por preços médios de R$ 50 mil.
Folha Mercado
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Além disso, a Unitree tem também o seu robô humanoide chamado R1, ao preço de US$ 5.900. Pesando 25 kg e com 1,21 m de altura, o robô faz movimentos de kickboxing com chutes e socos, além de acrobacias. Não encontrei ofertas de venda do R1 no Brasil.
Um outro tipo de robô chamou a atenção recentemente, de nome Lume. Ele não reproduz a imagem de seres vivos, evitando o esqueumorfismo. Ele se parece com uma luminária decorativa, com o corpo formado por hastes de madeira. No topo, um abajur com uma pinça. Ele é posicionado ao lado da cama do quarto. Se você deixa roupas sobre a cama, a luminária (uma de cada lado) dobra as roupas. É um robô com duas aplicações apenas: iluminar e dobrar roupas. O preço é US$ 2.000, mas as entregas só serão feitas em 2026, mediante um depósito de encomenda de US$ 49.
Se ao mundo físico os robôs ainda estão chegando, o mundo virtual eles já dominam: em 2024, pela primeira vez, o tráfego de robôs na internet superou o tráfego humano, com 51% do total (dados da Imperva).
As repercussões da chegada dos robôs são profundas. Dentre elas, mudanças no mercado de trabalho, na segurança, organização social, além de riscos como concentração exacerbada e usos maliciosos. Tema para muitas colunas futuras.
READER
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Fonte ==> Folha SP