O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu responder ao presidente Donald Trump, caso o republicano insista com a ideia de aplicar tarifas ao aço brasileiro.
“Eu ouvi dizer que vai taxar o aço brasileiro. Se taxar o aço brasileiro, nós vamos reagir comercialmente: ou vamos denunciar na Organização do Comércio, ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles”, afirmou o petista em entrevista dada nesta sexta-feira 14 à Rádio Clube, do Pará.
Lula ressaltou que não pretende ficar avaliando declarações e atitudes de Trump, mas pontuou que as medidas dele em relação ao Brasil serão seguidas de reação. “Nós queremos paz, não queremos guerra. Queremos paz e tranquilidade. Se o Trump tiver alguma atitude com o Brasil, haverá reciprocidade“.
Trump não dá mostras de que pretende recuar das suas investidas na guerra comercial. Logo no início da semana, ele assinou um decreto que impôs uma tarifa de 25% sobre a importação de aço e alumínio para os EUA.
A medida atinge o Brasil, que é um dos principais fornecedores de aço do mercado norte-americano. Só no ano passado, o País enviou 4,49 milhões de toneladas líquidas da matéria prima aos EUA, o que representa um avanço de pouco mais de 14% na comparação com 2023, segundo o American Iron and Steel Institute (Instituto Americano de Ferro e Aço). O número põe o Brasil como o segundo maior exportador do metal para os EUA, ficando atrás somente do Canadá.
‘Não tenho relacionamento com Trump’
Ainda na entrevista desta sexta, Lula aproveitou para destacar dois pontos importantes sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos e sobre a mudança de postura promovida pelo governo Trump no que se refere à posição norte-americana nas disputas comerciais.
Lula afirmou que não há um relacionamento entre ele e Trump: “ainda não conversei com ele e ele ainda não conversou comigo”, disse, para pontuar que o relacionamento “é entre Estado brasileiro e Estado americano”. “O Brasil considera os EUA um país extremamente importante para a relação com o Brasil e eu espero que os EUA reconheçam o Brasil como um país muito importante”, afirmou.
Em outro momento, Lula cobrou do governo republicano uma reflexão da postura dos EUA sobre o comércio. Ao contextualizar o tema, o petista chamou a atenção para o fato de que o país norte-americano ficou conhecido, justamente, por promover o livre comércio ao longo das últimas décadas.
“O livre comércio era uma coisa que eles venderam de forma alucinada depois dos anos 80, no tempo do Reagan, nos Estados Unidos, da Margaret Thatcher na Inglaterra”, disse Lula.
Fonte ==> Casa Branca