A pandemia de Covid-19 acelerou um movimento que já estava em curso: a transformação digital do atendimento ao consumidor no Brasil.
A pandemia de Covid-19 não apenas transformou a rotina das empresas, mas redefiniu a forma como o mercado enxerga o atendimento ao consumidor. O avanço repentino da digitalização acelerou mudanças que antes pareciam distantes, obrigando organizações de todos os portes a rever processos, integrar tecnologia e colocar o cliente no centro da estratégia.
No setor de Tecnologia da Informação, essa transição foi ainda mais profunda. De área de suporte técnico, o TI passou a ser o núcleo da continuidade dos negócios. Foi o que aconteceu quando, em 2020, uma grande empresa nacional viu seu parceiro terceirizado de atendimento encerrar o contrato de maneira inesperada, em meio ao caos sanitário e logístico do início da pandemia.
A responsabilidade de manter as operações ativas recaiu sobre o analista de suporte Danilo Silva Leal, profissional com 18 anos de experiência no setor. Em tempo recorde, ele liderou a criação de um departamento interno de atendimento ao cliente, unindo pré-vendas, pós-vendas, suporte técnico e treinamento de parceiros. A reestruturação não apenas manteve a empresa em funcionamento como gerou uma economia expressiva mensal, tornando-se um dos cases mais significativos do setor de TI durante o período.
A experiência mostra o quanto o atendimento ao consumidor deixou de ser visto como custo e passou a ser reconhecido como ativo estratégico. Com o isolamento social, os consumidores passaram a exigir respostas imediatas, canais digitais estáveis e soluções seguras. Empresas que não se adaptaram perderam espaço; aquelas que internalizaram processos e investiram em transformação digital consolidaram vantagem competitiva.
Para Danilo, a pandemia representou um divisor de águas. “Esse foi o momento em que paramos de ser apenas solucionadores de falhas e passamos a atuar como parte vital da operação. O suporte deixou de ser apenas técnico e se tornou estratégico. A tecnologia virou a ponte entre empresas e clientes”, avalia.

Os dados reforçam essa percepção. Segundo levantamento da consultoria IDC, o investimento global em transformação digital ultrapassou US$ 1,8 trilhão em 2022, com o Brasil entre os dez países que mais ampliaram seus aportes na área. O estudo também aponta que 75% das empresas que adotaram soluções digitais durante a pandemia conseguiram manter ou aumentar sua base de clientes.
Casos como o de Danilo sintetizam um aprendizado coletivo: o atendimento, quando aliado à tecnologia, é parte fundamental da experiência do consumidor. A pandemia antecipou em poucos meses mudanças que, antes, levariam anos. Hoje, o desafio não é mais implementar ferramentas digitais, mas manter um atendimento humano, ágil e conectado em um ambiente cada vez mais tecnológico.
O legado é inequívoco. A transformação digital deixou de ser uma tendência e se tornou a base da relação entre marcas e consumidores. No novo mercado, investir em digitalização e em estruturas de suporte robustas não é apenas inovação, é uma questão de sobrevivência.