19 de abril de 2025

Um dia após condenação, ex-policial que assassinou petista recebe autorização para cumprir pena em casa – Justiça – CartaCapital

Um dia após condenação, ex-policial que assassinou petista recebe autorização para cumprir pena em casa – Justiça – CartaCapital

Condenado pelo assassinato do guarda municipal petista Marcelo Arruda, o ex-policial bolsonarista Jorge Guaranho obteve da Justiça do Paraná uma liminar que permite o cumprimento da pena em regime domiciliar com monitoramento eletrônico. A autorização foi concedida pelo desembargador Gamaliel Seme Scaff nesta sexta-feira 14.

O crime ocorreu em julho de 2022. No habeas corpus, o magistrado considerou que Guaranho continua debilitado e com dificuldade de locomoção, além de alegar que a prisão domiciliar do ex-policial penal não colocará em risco a sociedade ou o cumprimento da pena. Os advogados do réu sustentaram à Justiça que ele precisava de tratamento médico ao reivindicar a liminar.

Também afirmaram que Guaranho levou nove tiros no dia da morte do guarda municipal e foi espancado por cinco minutos, o que resultou em fratura completa da mandíbula, perda de dentes e massa óssea. “Cabe destacar que os diversos projéteis estão alojados no corpo do paciente, inclusive na caixa craniana e na porção esquerda da massa encefálica”, diz a petição.

Tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Arruda comemorava o aniversário de 50 anos em um clube quando foi assassinado pelo policial. A festa de aniversário tinha como tema o presidente Lula (PT), então candidato ao Palácio do Planalto contra Jair Bolsonaro (PL), que buscava a reeleição. Guaranho passou em frente ao salão onde ocorria a festa, gritando “aqui é Bolsonaro” e “Lula ladrão”.

Houve uma discussão entre os dois. Depois, o ex-policial voltou ao local e atirou contra Arruda. A vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. O guarda municipal deixou quatro filhos — um deles era um bebê de pouco mais de 40 dias.

O ex-policial já cumpria pena em prisão domiciliar desde setembro. Mas, na quinta-feira, após ser sentenciado a 20 anos de prisão por homicídio com motivo fútil e perigo comum, a juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler determinou que ele deveria voltar para a cadeia. Desde ontem, Guaranho estava preso no Complexo Médico Penal, em Piraquara (PR).

Com a liminar, ele fica autorizado apenas a se deslocar para tratamento médico, devendo informar ao juízo. O réu também está proibido de manter contato com qualquer pessoa ou testemunha relacionada com a ação penal. A decisão é válida até o julgamento do mérito da ação, que deve ocorrer em até trinta dias, de acordo com o advogado Rogério Oscar Botelho, que representa a família de Arruda.



Fonte ==> Casa Branca

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