Uma final de Liga dos Campeões diferente; e isso é bom para o futebol – 30/05/2025 – Marina Izidro

Uma final de Liga dos Campeões diferente; e isso é bom para o futebol - 30/05/2025 - Marina Izidro

Estamos naquele momento do ano quando adoramos falar que “parece que estamos assistindo a um outro esporte, comparado ao futebol que se joga no Brasil”: a reta final da Liga dos Campeões.

A decisão é daqui a algumas horas, neste sábado (31), em Munique, entre PSG e Inter de Milão. E isso significa que, pela primeira vez em quatro anos, uma final não vai ter Real Madrid ou Manchester City.

Desde 2011, um time da Inglaterra ou da Espanha sempre vence –as exceções foram o Bayern de Munique, em 2013 e em 2020, no auge da pandemia. Fora isso, só deu Barcelona, Chelsea, Real Madrid, Liverpool e City.

França contra Itália na final da Champions, então, nem se fala: a última vez foi em 1993, quando o Olympique de Marseille venceu o Milan, na primeira Liga dos Campeões com esse nome e formato. Os franceses nunca mais tiveram um campeão. Os italianos só comemoraram títulos, desde então, com a Juventus em 1996, com o Milan em 2003 e 2007, e com a Inter de Milão em 2010.

O quanto a definição dos nomes que chegaram até aqui tem a ver com o novo formato da Champions –com 36 times em vez de 32 e fase de liga no lugar de grupos, não sabemos. Mas a nova roupagem da competição, no geral, agradou. Curiosamente, será a primeira vez que os dois finalistas se enfrentam na história do torneio.

A partida deste sábado também deve ajudar a definir quem vai ser o favorito aos dois prêmios de melhor jogador do mundo em 2025: a Bola de Ouro, entregue pela revista France Football, e a premiação da Fifa.

Se der PSG campeão, Ousmane Dembélé pode sair na frente de outros nomes considerados fortes, como Mohamed Salah, do Liverpool, e Raphinha, do Barcelona.

Nos últimos meses, Dembélé se transformou como jogador e virou uma máquina de marcar gols, com 33 nesta temporada, mais do que nas cinco últimas juntas. Salah e Raphinha tiveram excelentes temporadas por seus clubes, conquistando Premier League e La liga, respectivamente. Mas incluir um título da Liga dos Campeões no currículo costuma pesar na escolha.

O PSG, favorito, busca o título com o qual mais sonha e nunca conquistou, mesmo tendo no passado um time estrelado com Messi, Neymar e Mbappé. Criou uma versão melhor de equipe, com um futebol coletivo com intensidade, técnica e criatividade, sob o comando de Luis Enrique (e, claro, com muito, muito dinheiro).

Já a Inter de Milão deseja resgatar a glória de um passado em que o futebol italiano era dominante —nem que seja por alguns instantes. E está atrás de um fim diferente da edição de 2023, quando perdeu a decisão para o City. Independentemente de quem vencer, depois das semifinais contra o Barcelona, com um 7-6 no placar agregado, a passagem dos italianos por esta Champions já é inesquecível.


Apesar de ainda haver um abismo entre o Real Madrid, maior vencedor, com 15 títulos, e os seguintes –Milan com sete, seguido por Liverpool e Bayern, com seis cada um–, é interessante ver o foco mudar.

Saber que times das cinco grandes ligas europeias podem vencer a Liga dos Campeões só pode ser bom para o futebol. O fim da dominância do City na Premier League, por exemplo, fez bem ao Campeonato Inglês. Não há competição de alto nível que resista a críticas quando se torna previsível.



Fonte ==> Folha SP

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